Maluf transforma CTI em palco de campanha em São Paulo

São Paulo, 15 (AE) – O candidato a prefeito Paulo Maluf (PP) cumprimentou eleitores hoje no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital e Maternidade Voluntários, seguido por pelo menos 22 pessoas, entre assessores, correligionários e jornalistas.

Os pacientes que estavam acordados pareciam não entender o que ocorria. Debaixo de uma máscara de oxigênio, José Matias da Silva, chamou Maluf. “Mate os bandidos”, pediu Silva, internado desde segunda-feira (12), recuperando-se do tiro que levou num assalto. “A Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) vai para a rua”, respondeu o candidato do PP a prefeito de São Paulo, dando-lhe a mão. “Você vai ficar bom.”

Bons ficariam também os pacientes de câncer, se Maluf tivesse sido cientista. Foi o que deu a entender ele mesmo, antes de visitar as alas de internação do hospital.

A visita ao CTI durou cerca de 15 minutos e ocorreu a convite do diretor-presidente do Voluntários, Francisco Tortorelli. “Foi inadequado”, admitiu. “Tentamos barrar a comitiva, mas não deu.” Nenhuma das pessoas que seguiram Maluf tomou qualquer precaução; um celular tocou estridente enquanto o dono seguia o grupo. “É fundamental o visitante de um CTI lavar muito bem as mãos”, diz o médico infectologista Humberto Morais Fadiga, chefe do CTI dos Hospitais das Clínicas (HC) e Santa Catarina. “O ideal é que o visitante seja próximo do paciente, como um amigo ou familiar. Ele tem de levar conforto.”

O candidato do PP a prefeito circulou por várias dependências do Voluntários. Conversando com os médicos sobre a prevenção de doenças, mostrou a caixa de ouro que leva no bolso com os remédios que toma, diariamente. São 8 comprimidos: 1 aspirina infantil de manhã para “afinar” o sangue e prevenir doenças cardíacas, 1 Lipitor e 1 Ezetrol à noite, para baixar o colesterol e impedir a absorção de gordura no fígado, 1 cápsula de vitamina E e 1 de selênio, que funcionam como antioxidantes, e 3 de óleo de alho.

Cura

O candidato recitou as funções de cada medicamento e surpreendeu até os médicos que o acompanhavam. Questionado se gostaria de ter sido médico, disse que estuda os mais variados assuntos. Não titubeou: “Eu era muito bom, mas muito bom mesmo em pesquisa de química tecnológica. Se não tivesse sido empresário, político e até pianista amador, se eu fosse só cientista, vocês podem ter certeza, eu estava bem perto de descobrir a cura do câncer ou de qualquer outro tipo de doença, porque eu adorava essa parte de química.” Teria sido melhor descobrir a cura do câncer? “Não dá para olhar para trás, não dá para voltar 50 anos. Tem de olhar para a frente”, declarou.

Maluf completará 73 anos em setembro. Em 1997, debelou um câncer de próstata, quando deixou a Prefeitura. “Não sou hipocondríaco, sou adepto da medicina preventiva”, afirmou. Ele ressaltou que seus médicos são Adib Jatene, Fúlvio Pileggi e Roberto Kalil Filho – o mesmo que atende o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Marisa Letícia. “Mas ele (Kalil Filho) me atende muito antes do Lula. Ele é 100%, já peguei ele no colo.”

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