Brasília (AE) – O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan disse hoje que não reconhece no presidente nacional eleito do PT deputado Ricardo Berzoini (SP), autoridade para lhe dar "lições de ética" ou mesmo "de moral". Os comentários feitos ontem (13) por Berzoini a respeito da conduta de Malan à frente do ministério no governo passado mantêm, segundo o ex-ministro da Fazenda, "a tradição de leviandade, irresponsabilidade e gratuita ofensa pessoal". Malan afirma, numa nota, que adotará medidas legais contra ele. Ontem, Berzoini reiterou que o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer), elaborado pelo deputado Alberto Goldman (SP), foi "chapa branca" porque a oposição não pôde desvendar a situação de venda do Banco Nacional para o Unibanco.
Nesse ponto, citou o ex-ministro Malan para afirmar que era "no mínimo estranho" que ele tivesse se tornado presidente do Conselho de Administração do Unibanco. A seguir, o comunicado de Malan:
"Não reconheço no sr. Berzoini autoridade para me dar lições de ética, ou estatura para me dar lições de moral. Seu comentário a meu respeito apenas mantém a tradição de leviandade irresponsabilidade e gratuita ofensa pessoal que marca o comportamento de certas figuras do mundo da política brasileira quando perdem a compostura. Sobre minhas ações como ministro da Fazenda, sempre estive à disposição para explicá-las, publicamente, como atestam dezenas de longas sessões, abertas à imprensa, no Congresso Nacional, muitas com a presença do então deputado Berzoini. Mas há um divisor de águas entre minha vida pública de então e minha vida privada de agora. Sobre esta última, hoje, não vejo razão para me explicar, em particular a uma pessoa como o sr. Berzoini. Não sou eu quem hoje deve explicações à opinião pública brasileira. O sr. Berzoini sabe muito bem disto. Como deve saber, agora, que contra ele adotarei todas as medidas judiciais cabíveis."