Mais um nó

O governo do Paraná pretende desatar mais um dos muitos nós herdados da administração anterior, que em oito anos armou inúmeras redes que dificultam sobremaneira a ação de governar.

Dessa vez o imbróglio reside na negociação da compra da participação da El Paso, a multinacional norte-americana, na Usina Termelétrica de Araucária (UEG). O Conselho de Administração da Companhia Paranaense de Energia (Copel) deu voto favorável à compra dos 60% que a El Paso desfruta na composição do controle acionário da referida usina, paralisada desde o final de 2002.

A Copel e a Petrobras detêm o restante do controle em partes iguais de 20% das ações. Para a conclusão do negócio basta a concordância da Petrobras.

O governador Roberto Requião suspendeu o pagamento mensal pelo fornecimento de eletricidade gerada pela UEG à Copel, sob a alegação de que a mesma não estava sendo gerada por causa de problemas técnicos de origem, mesmo assim comprometendo um terço da receita. A dívida acumulada é de US$ 800 milhões e o caso está sendo examinado pela Câmara de Comércio Arbitral de Comércio de Paris, foro escolhido pela El Paso para contestar o ato do governo paranaense.

Rubens Ghilardi, presidente da Copel, conforme relatou à jornalista Elisabete Castro neste jornal, assegura que um bom acordo poderá ser selado entre as partes, de tal forma a prevalecer o interesse público, o bem mais precioso a ser levado em conta.

Quando recursos públicos pairam sob o risco da aplicação prejudicial, a autoridade não deve tergiversar enquanto defensora da sociedade.

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