Maia sugere piso para petróleo e divide setor de álcool

A proposta do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleça um piso para o preço do barril do petróleo em US$ 50, como forma de incentivar investimentos na produção de álcool no Brasil, dividiu opiniões no setor sucroalcooleiro. Em seu "Ex-blog", Maia atribui a idéia ao governador do estado norte-americano de Montana, Brian Schweitzer, e informa que um piso no preço do barril de petróleo daria segurança aos investimentos em agroenergia no País.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho, da consultoria Canaplan e diretor da Usina Alto Alegre, afirmou que a idéia de Maia "é mais interessante do que a política atual do governo, cuja maior novidade é baixar tarifas de pedágios que sequer foram construídos", disse o executivo, que defende a idéia como parte de uma política pública para o setor sucroalcooleiro.

Ele afirmou ainda que é comum ser informado por empresários norte-americanos e europeus de que investimentos no setor de agroenergia no Brasil só não foram feitos ainda por falta de políticas públicas e de um marco regulatório para o setor. "Portanto, a idéia do prefeito é um exemplo interessante, mas que precisa ser seguido de uma política pública para o setor", concluiu.

Já o usineiro Maurílio Biagi Filho criticou a proposta, disse que a idéia vai contra as leis de mercado e que a aplicação dela não mudaria o cenário de investimentos no País. Biagi ironizou o prefeito do Rio de Janeiro e disse que "o Cesar Maia deve ter falado isso e defendido o setor produtivo, porque está de consciência pesada depois da besteira que disse ontem sobre a cobrança de royalties sobre o álcool", afirmou.

Também em seu "Ex-blog", ontem Maia informou que o governador José Serra (PSDB) estuda cobrar royalties sobre o álcool produzido no Estado de São Paulo, informação que foi negada pelo próprio Serra.

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