Magalhães Júnior chama MP do Meirelles de ‘indecente’

O deputado Jutahy Magalhães Júnior (PSDB-BA) chamou de "indecente" a Medida Provisória (MP) que concedeu condição de ministro ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e, por conseqüência, deu direito a ele de ser processado e julgado apenas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Magalhães Júnior reafirmou que o partido tentará derrubar a MP na votação prevista para hoje. Em discurso no plenário, ele classificou a MP de "indecente", "insustentável" e "inconstitucional", lembrando que o procurador-geral d a República, Cláudio Fonteles, deu parecer contrário à medida. Magalhães Júnior ressaltou que a MP não é urgente e nem relevante, não atende aos critérios constitucionais para a edição e citou outros aspectos da medida que, para ele, mostram a inconstitucionalidade: o ministro, que é subordinado diretamente ao presidente da República, terá de responder a um outro ministro, o da Fazenda, e, além disso, precisará ser aprovado pelo Senado, o que não acontece com nenhum outro membro de um ministério. "Outro ponto é que a motivação é indecente. Meirelles estava naquele momento (da edição da MP) sob investigação da Receita Federal e do Ministério Público e as suas explicações foram piores do que contos da carochinha", disse. "Ele (Meirelles) transferiu US$ 50 mil (R$ 137,3 mil em valores atualizados) dólares para a conta de um doleiro e diz, simplesmente, que não sabia a quem nem o que pagou. Temos nesse caso um perdulário que não sabe como gastou US$ 50 mil", analisou. "Esse mesmo sujeito perdulário vende uma propriedade tempos depois e coloca o dinheiro, em espécie, na mala de um sobrinho para não pagar CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)", continuou. "O mesmo perdulário é o mesmo avarento que economiza o dinheiro da CPMF. Essas duas personalidades são incompatíveis. A mesma coisa que associa ambas é a tentativa de fraude", concluiu.

Voltar ao topo