Máfia das obras desviou R$ 100 milhões em um ano

A máfia das obras desarticulada ontem, pela Operação Navalha, da Polícia Federal, desviou mais de R$ 100 milhões de recursos públicos em um ano, por meio de fraudes em licitações de obras do governo. A organização já havia se estruturado para fraudar contratos e desviar verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro. Foram presos 46 membros da organização – 23 já foram transferidos para Brasília.

Segundo a PF, o esquema foi iniciado pelo sócio-diretor da Construtora Gautama Ltda., Zuleido Soares Veras, preso na operação, que articulou uma rede de empregados, sócios e lobistas, que cooptavam funcionários públicos de diversos escalões nos níveis federal, estadual e municipal. A quadrilha atuava desde a aprovação até o pagamento das obras. Agiu em projetos do Luz para Todos, de saneamento e na construção de estradas e pontes.

A empresa, formalmente criada em julho de 1995 em Salvador, está na mira do Tribunal de Contas da União. Pelo menos nove obras públicas de grande porte em seis Estados estão sendo auditadas. Os contratos somam cerca de R$ 500 milhões. A Gautama construiu a sede da Polícia Federal em São Paulo – cobrou R$ 41,6 milhões, em valores de 1997, mais reajustes em aditivos – e doou mais de R$ 500 mil na campanha eleitoral de 2006.

Na lista do TCU estão, por exemplo, a Adutora Italuiz (MA), Infra-Estrutura Hídrica de Aracaju (SE), Barragem Poço Verde (SE), Adutora Serra da Batateira (BA), Macrodrenagem Tabuleiro dos Martins (AL), Irrigação do Rio Preto (DF), Estrutura Turística de Porto Velho (RO). O TCU não encontrou irregularidades na construção da sede da PF paulista.

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