Lula sinaliza chance de retomar projeto de compra de FX

Ao participar da cerimônia de incorporação de duas unidades do Mirage 2000 comprados da França à Força Aérea Brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou com a possibilidade de retomar o projeto FX de compra de outros aviões novos, como deseja a Aeronáutica. "Com os Mirage eliminamos uma lacuna em nosso dispositivo de defesa aeroespacial. Mas o planejamento estratégico de nossa defesa inclui a chegada futura dos FX, imprescindíveis elementos de avanço tecnológico para a Força Aérea", afirmou Lula em discurso na Base Aérea de Anápolis.

Em setembro de 2002, durante encontros no Clube da Aeronáutica entre militares da reserva e os então candidatos, Lula foi o mais aplaudido pois falou exatamente o que os militares queriam ouvir. Defendeu, então, a modernização da frota da aeronáutica. Mas o projeto FX, que previa a compra de 12 caças novos por US$ 700 milhões, foi abandonado no dia dois de janeiro de 2003, sob a alegação de que os recursos que seriam gastos seriam deslocados para o projeto Fome Zero, considerado mais urgente no momento.

Com a promessa, militares da FAB esperam que já no ano que vem o projeto FX seja retomado. Por isso mesmo, oficiais da cúpula da Aeronáutica não se cansam de dizer que estes 12 Mirage 2000 usados, "respondem a uma necessidade imediata, apropriada para as instâncias presentes e são de caráter transitório" até a chegada dos esperados e prometidos aviões FX.

Os dois aviões que foram apresentados hoje fazem parte de um total de 12 que serão incorporados à FAB até 2008. Eles custaram 80 milhões de euros (R$ 300 milhões) em um pacote que inclui peças de reposição e treinamento de pilotos e mecânicos na França. Os aviões serão mostrados à população no desfile de 7 de setembro, em Brasília. Em outubro serão entregues mais dois aviões. Em 2007, mais quatro e em 2008, os quatro últimos. Os Mirage 2000, fabricados no final da década de 80, foram adquiridos para substituir os antigos Mirages, que deixaram de voar em dezembro do ano passado, e terão vida útil até 2025. Atualmente, as forças armadas de sete países usam essas aeronaves na sua defesa aérea.

O primeiro astronauta brasileiro, tenente-coronel Marcos Pontes, também estava na cerimônia, mas ficou longe do presidente Lula no palanque. Lula também não citou seu nome no discurso, apesar de ter agradecido a presença até de prefeitos e políticos da região. Na frente da imprensa, os dois não se cumprimentaram. Pontes foi alvo de uma polêmica e de críticas por ter pedido passagem para a reserva assim que retornou ao Brasil, depois da sua missão espacial.

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