Lula será diplomado somente após prestação de contas

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, será diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apenas depois de prestar as contas de sua campanha ao TSE. O presidente do tribunal, ministro Nelson Jobim, estima que a diplomação ocorrerá entre o final de novembro e o início de dezembro. O prazo para a Justiça Eleitoral expedir o diploma que garantirá a posse de Lula em 1º de janeiro vence no dia 19 de dezembro.

Em uma entrevista bem mais descontraída do que no primeiro turno, Nelson Jobim avaliou que o processo eleitoral foi extremamente bem sucedido, apesar do desconforto enfrentado por muitos eleitores, no primeiro turno, com as imensas filas que se formaram. Ele disse que o problema decorreu da superlotação de seções de votação e da dificuldade enfrentada por eleitores para votar em seis cargos, sendo dois senadores.

Jobim contou que, após o primeiro turno, conversou com cerca de 400 parlamentares eleitos e com alguns governadores. No domingo, ligou para os governadores eleitos do Paraná, Roberto Requião, de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, todos do PMDB, ex-partido do presidente do TSE.

Hoje Jobim conversou com o presidente Fernando Henrique Cardoso e com Lula. Ele disse que ambos elogiaram a lisura, agilidade e isenção do processo eleitoral brasileiro. Até o início da tarde, o presidente do TSE não havia falado com Serra, que é seu amigo pessoal. Jobim disse que sempre houve uma ?visão conspiratória? de que ele poderia beneficiar o tucano, mas garantiu que isso não ocorreu. ?Acusaram e não tinham razão?, afirmou.

Para a próxima eleição, que será realizada daqui a dois anos e na qual serão escolhidos prefeitos e vereadores, Jobim disse que serão necessárias algumas mudanças para evitar as filas registradas no primeiro turno. Segundo ele, o ideal é que cada seção tenha, no máximo, 350 eleitores. Hoje há locais com até 700 votantes. A saída seria dividir essas seções. Se não for possível essa divisão por falta de salas, o TSE pensa em instalar terminais secundários da urna, possibilitando que dois eleitores votem ao mesmo tempo.

Outro problema detectado pelo TSE envolve a impressão do voto, testada nesta eleição em 150 municípios brasileiros. Jobim observou que as urnas com o módulo impressor quebram quase dez vezes mais do que as tradicionais, sem a inovação.

Enquanto 0,52% das urnas sem impressora tiveram de ser substituídas, quase 5% das máquinas com o equipamento tiveram de ser trocadas. ?Isso mostra que o Congresso terá de repensar o voto impresso?, afirmou.

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