Lula reafirma a trabalhadoras rurais que governo não pode falhar

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, de forma enfática, que se o seu governo não der certo, “será o fracasso da classe trabalhadora brasileira”. Ao discursar para cerca de mil trabalhadoras rurais no Salão Nobre do Palácio do Planalto, o presidente disse que ele é um ser humano, que diferente dos demais não pode cometer erros enquanto estiver no governo. “Eu não tenho o direito de errar, não por mim que sou um ser humano comum, e qualquer ser humano pode errar. Eu digo que eu não posso errar porque, se eu errar, será o fracasso da classe trabalhadora desse país, será um fracasso das trabalhadoras rurais desse país, será um fracasso dos trabalhadores rurais”, enfatizou.

Lula garantiu às camponesas que vai cumprir todos os compromissos firmados durante a campanha e nas caravanas que realizou pelo país. O presidente porém pediu calma aos brasileiros para colocar em prática suas promessas. “É um compromisso de vida. E esse compromisso de vida vai ser feito. Muitas vezes nunca é feito no tempo que a gente quer e com a rapidez que a gente precisa. Mas pode ficar certo que será feito porque há determinação da minha consciência, e determinação dos meus compromissos de vida em fazer com que o povo trabalhador possa melhorar nesse país. E fazer as coisas com a tranqüilidade, com o tempo certo. Porque se a gente der um passo errado, vocês sabem que não falta nesse país quem queira ver a gente não dar certo”, afirmou.

O presidente foi aclamado pelas trabalhadoras rurais, que lotaram o Salão Nobre do Palácio.

Segundo Lula, é a primeira vez na história do Brasil que a sede do Poder Executivo é aberta, de fato, ao povo brasileiro. “A presença de vocês aqui é a demonstração de que as coisas mudaram pelas bandas do Brasil. As coisas mudaram e vão mudar cada vez mais”, ressaltou o presidente.

Lula aproveitou a presença das camponesas no Planalto para comentar, de forma indireta, as acusações de corrupção envolvendo o ex-subchefe para Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz. “O dado concreto é que muitas vezes no Brasil gente honesta e trabalhadora teve dificuldade de entrar na sala dos governantes e, muitas vezes, outro tipo de gente conseguiu entrar com muita facilidade. Isso é histórico e é cultural no nosso país”.

Ao receber chapéu e bandeira do Movimento das Mulheres Camponesas Rurais, Lula repetiu o seu já tradicional gesto. Ele e D. Marisa colocaram o chapéu. Com a bandeira nas mãos, posou para fotos e não deixou de atender aos apelos das trabalhadoras rurais. Antes de subir no palanque montado para discursar, caminhou entre as camponesas, tirou fotos, distribuiu abraços e pegou uma criança no colo.

Ao final do quarto discurso do dia, Lula não escondeu a satisfação em poder estar em contato com “tantas mulheres” na data em que elas são homenageadas. E aproveitou para enfatizar às trabalhadoras rurais que o governo vai discutir cada um dos pleitos no Movimento para serem cumpridos a curto, médio e longo prazos. “A trabalhadora rural não reivindica nada impossível. Não haverá dificuldades para, daqui a 10 ou 15 dias, chamarmos a liderança do movimento para discutir item por item do que poderemos atender”, garantiu.

As cerca de 1.500 integrantes do Movimento de Mulheres Camponesas Rurais protestaram ao longo do dia em Brasília reivindicando autonomia de acesso a linha de crédito especial para as trabalhadoras rurais. O grupo é formado por pequenas agricultoras, assentadas, arrendatárias, pescadoras artesanais, extrativistas e ribeirinhas de 16 estados brasileiros. As trabalhadoras rurais também pedem um sistema de saúde único para o interior e a implantação do segurado especial para facilitar o encaminhamento da Previdência Social, entre outras reivindicações.

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