Lula quer retomar projeto de 3 hidrelétricas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que pretende destravar os projetos de três grandes usinas hidrelétricas: Belo Monte, no Rio Xingu (PA), e as duas do Complexo do Rio Madeira (RO), Santo Antônio e Jirau.

Os três projetos têm restrições ambientais. Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, Lula disse que na próxima semana terá uma reunião com os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau, da Casa Civil, Dilma Rousseff, e Meio Ambiente, Marina Silva, além de representante do Ministério Público e do Ibama para resolver a situação das usinas.

"Queremos envolver todos os setores que direta ou indiretamente têm alguma participação, para dizer se vamos fazer ou se não vamos fazer (as usinas)", disse o presidente. Lula se queixou dos questionamentos ambientais e jurídicos que atrasam os projetos. Ele disse que muitas vezes há vontade política do governo e dos empresários para construir as usinas, órgãos ambientais concordam, "mas basta uma pessoa entrar com uma ação, que esse conjunto de desejos fica soterrado por alguns meses, e por que não dizer, por alguns anos". O presidente, entretanto, disse estar "convencido" de que as três hidrelétricas serão construídas.

O governo conta com os projetos para garantir a oferta de energia na próxima década. O projeto de Belo Monte prevê que, quando estiver inteiramente construída, a usina terá capacidade para gerar mais de 11 mil megawatts (MW), quase a capacidade atual de Itaipu. As duas hidrelétricas do Rio Madeira terão, somadas, capacidade para gerar 6.450 MW. Lula teve, ontem mesmo, uma reunião com o presidente do Ibama , Marcus Barros, sobre os problemas ambientais que impedem as construção das hidrelétricas.

A cerimônia no Palácio do Planalto, na qual foram assinados os contratos de concessão de sete novas hidrelétricas leiloadas em dezembro, foi recheada de ataques indiretos ao governo tucano, por conta do racionamento de energia ocorrido no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.

Rondeau encerrou seu discurso anunciando o "enterro" do risco de um novo apagão. "Sobre o túmulo putrefato que é o desabastecimento sistemático de energia elétrica, estamos, hoje, cravando uma lápide em que deixamos escrito: ‘Aqui jaz o apagão’", disse o ministro.

Lula continuou fazendo referências ao problema enfrentado por seu antecessor, afirmando que nem empresários nem trabalhadores querem voltar ao tempo do apagão. "A energia é a base da industrialização de um país. Se não tiver energia, teremos poucas chances de trazer investidores." Ele ressaltou que o País tem assegurado o abastecimento de energia pelo menos até 2010, tanto por conta dos leilões de energia já feitos, quanto pelos investimentos em linhas de transmissão.

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