Lula propôs a Tony Blair encontro para preparar reunião da OMC

Brasília ? O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu hoje (1º) ao primeiro ?ministro britânico, Tony Blair, uma reunião de chefes de estado, nos próximos dias, para destravar as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). A 6ª Reunião Ministerial da OMC está marcada para acontecer entre 13 a 18 deste mês em Hong Kong e deveria concluir a Rodada Doha, série de negociações que começou em 2001.

Lula e Blair conversaram por cerca de 20 minutos no começo da tarde de hoje, segundo Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores. "O presidente sugeriu uma reunião de líderes, de presidentes ou primeiros-ministros. Tony Blair recebeu muito bem a idéia, disse que era uma excelente sugestão, mas que teria que consultar os demais membros do G7", contou Amorim. Tony Blair é atual presidente da União Européia.

A reunião contaria com os países do G7 ? grupo dos sete países mais ricos do mundo ? e representantes de países em desenvolvimento. "Isso talvez pudesse dar o impulso político indispensável para superar as diferenças que continuam havendo e que continuam sendo tratadas como assuntos estritamente comerciais e técnicos", afirmou

Segundo Amorim, o presidente Lula manifestou a Tony Blair sua "grande preocupação" com o estado atual da rodada, chamando atenção para o fato de que não trata-se apenas de uma negociação comercial a mais. "Esta rodada, por ser a rodada do desenvolvimento, pode afetar a vida de milhões e milhões de pessoas. Foram estas as palavras do presidente", relatou Amorim.

De acordo com o ministro, Lula destacou que não é possível esperar nenhum passo adicional da parte brasileiro se não houver um avanço proporcional da parte dos países desenvolvidos. "O presidente expôs ao primeiro ministro Blair que não faz sentido esperar que os países em desenvolvimento cortem mais nas suas tarifas industriais do que os países desenvolvidos estão cortando nas suas tarifas agrícolas", disse Amorim.

"Nòs estamos lidando com um momento muito sério, muito importante, fundamental pra o Brasil, para o mundo, para os países pobres. É preciso que grandes decisões políticas sejam tomadas e grandes decisões políitcas só podem ser tomadas pelos grandes líderes", resumiu Amorim.

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