Lula promete esforço para candidatura única na Câmara

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que fará "esforço" para impedir o lançamento de uma candidatura própria do PT à presidência da Câmara, segundo deputados que estiveram no gabinete dele. Em audiências no Palácio do Planalto, Lula defendeu a realização de uma prévia para a escolha de um candidato único dos partidos aliados do governo. "É preciso ter juízo e escolher um candidato único", disse o presidente, segundo um parlamentar.

À noite, em entrevista, Lula voltou a defender uma candidatura única. Ele evitou comentar a decisão do petista Arlindo Chinaglia (SP) de se lançar na disputa à cadeira ocupada pelo aliado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Apenas considerou a postura "justa". "Acho mais justo e legitimo, quando há muitos candidatos da base, eles se acertarem, para que tenhamos um único candidato", afirmou. "Vamos ter várias candidatos até um certo momento", avaliou. "Cada deputado sabe o que acontece quando a gente se divide.

Durante encontro com o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB), o presidente lembrou a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE), em 2005, contra o candidato governista, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). À época, diversos petistas se lançaram na disputa. Severino, o rei do baixo clero, grupo de parlamentares sem influência política, contou na última hora com o apoio da oposição ao Planalto. "Farei um esforço para que não se repita o que aconteceu", disse Lula ao senador do PMDB.

A Simon, o presidente fez uma avaliação do primeiro mandato. Lula reclamou bastante da imprensa, chegando a afirmar que foi "judiado". O senador, por sua vez, disse ao presidente que se fosse ele teria demitido com mais rapidez assessores e ministros envolvidos nos escândalos de corrupção no governo, como nos casos Waldomiro Diniz e mensalão. "Quando fui governador, presidente, na dúvida, eu demitia", salientou o senador.

Na conversa, o presidente também avaliou que a oposição não vai ser radical no segundo mandato, pois ele não será candidato em 2010. "Tenho um compromisso com minha biografia", afirmou. Lula, porém, não ouviu de Simon a garantia de que o senador deixará de fazer parte do bloco oposicionista do PMDB, que conta também com o senador eleito de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB). "Entrei no gabinete do presidente como independente e saí como independente", disse Simon, em entrevista. Até agora, Lula já conta na coalizão de governo com o PR – antigo PL – o PSB, o PCdoB, o PMDB, o PTB e o PRB.

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