Lula leva segurança para propaganda partidária na TV

A exemplo do discurso que assumiu desde que teve início a onda de ataques do crime organizado em São Paulo, principal base eleitoral do pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou o programa nacional do PT de ontem defendendo investimentos na educação como medida preventiva à violência. Lula chamou de "distorção profunda" os gastos elevados com presos. A crítica indireta a Alckmin e ao governo FHC é nítida.

"Você sabia que o custo mensal de um preso em algumas penitenciárias brasileiras chega a ser 10 vezes mais alto do que o custo de um aluno no ensino fundamental e que é praticamente igual ao que o governo investe em cada aluno na universidade? Olha, o mínimo que podemos dizer é que há uma distorção profunda nisso tudo. E como corrigir um erro que já vem de muito tempo? É preciso, antes de tudo, investir na área certa, na hora certa e de maneira certa. E evitar depois ter de gastar na coisa errada." Para Lula, é preciso transformar a educação "de fato na prioridade de todos os governos".

"Não pude cursar a universidade e talvez por isso eu queira ser o presidente que mais levou educação ao Brasil", afirma. "Sei da tristeza de muitos pais que vêem seus filhos correndo o risco de ficar no meio do caminho ou cair na marginalidade. Sabemos que muita coisa ainda precisa ser feita. Meu compromisso antes de tudo é com os que mais sofrem. O objetivo do nosso governo é diminuir ao máximo a injustiça e a desigualdade. E para isso é preciso, entre outras coisas, colocar mais alunos nas escolas para evitar colocar mais grades nas cadeias. Que Deus nos abençoe!

As referências à reeleição estão espalhadas pelo programa, mas são sutis. O presidente deve assumir a candidatura apenas em 24 de junho, na convenção petista. Em meio a uma guerra de representações com o PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já tiraram do PT inserções comerciais, o partido preferiu a cautela. "Sou brasileiro, acredito e quero mais, o futuro do País é a gente que faz", diz o jingle.

"Lula e o presidente do PT, Ricardo Berzoini, deram as diretrizes do programa. É um tom substantivo. Com bravata não se vai a lugar nenhum", afirmou o publicitário Edson Barbosa, da Link, contratado para conduzir a propaganda partidária e provável substituto de Duda na campanha, ao lado de João Santana. Baianos, os dois já trabalharam com Duda. "Lula é paz e amor sempre", disse Barbosa.

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