Lula está agora à vontade para fazer reformas, diz Tarso

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou ontem que, passada a eleição das Mesas da Câmara e Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está agora à vontade para escolher o ministério com o qual vai governar neste segundo mandato.

Já na segunda-feira, segundo Tarso, o presidente chamará os partidos da base aliada para a montagem da nova equipe. "Ele (Lula) vai conversar com os partidos de maneira tranqüila e fazer as modificações que pretende, para que tenhamos não só uma base política forte no Congresso, mas um ministério de alta qualidade comprometido com o PAC (programa de aceleração do crescimento)", enfatizou.

Em entrevista à saída da posse do novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, Tarso disse que as eleições de Renan Calheiros, no Senado, e de Arlindo Chinaglia, na Câmara, representam uma vitória incontestável da coalizão que apóia o governo.

"Mas isso não significa o esmagamento da oposição", ressalvou o ministro lembrando que o governo terá de sentar à mesa com os dirigentes oposicionistas para negociar reformas como a política e a tributária. O mais importante, para ele, é que o governo entra num novo rumo, com força popular e peso político para superação dos problemas do primeiro mandato. "Adeus a todas as crises que ocorreram durante o governo anterior", comemorou

Segundo Tarso, todos os partidos da base serão ouvidos a partir de segunda-feira, "de maneira clara e transparente", não só para a formação do novo governo, para também consolidação dos sete compromissos da coalizão e para reforçar a defesa do PAC, definido por ele como "um elemento político administrativo forte que o governo tem para o crescimento acelerado nos próximos quatro anos". Sobre a eleição das mesas da Câmara e Senado, ele afirmou que contribuiu para o fortalecimento democrático. "O patamar de civilidade e o elevado debate demonstram que o Poder Legislativo saiu reforçado desse processo".

O ministro não teme que as feridas produzidas pela disputa entre dois aliados venham a afetar o futuro da coalizão. "Não há nenhuma ferida. Essa história de que a base do governo estava cindida era muito mais uma versão da oposição, que passou pelos jornais". Ele ressalvou que a eleição do petista Chinaglia não favorece as pretensões governistas, porque, uma vez eleito, disse, o presidente da Câmara "deixa de ter compromisso com seu partido e passa a ter compromisso com a instituição republicana que o elegeu".

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