Lula espera avanços agrícolas na OMC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou ontem ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que “sem avanços significativos na negociação agrícola não será possível avançar nas demais áreas” nas negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio). Líderes de todo o planeta estarão reunidos nesta semana em Cancún, México, para discutir uma agenda de avanços na liberalização do comércio mundial.

Bush disse ainda que “valoriza o papel do Brasil na OMC” e que o representante especial para Comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, vai procurar o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em Cancún “para que os dois países trabalhem juntos na promoção de um consenso”. Lula disse que Amorim está sendo instruído a trabalhar “ativamente” pelo consenso na reunião e afirmou que o Brasil “quer preservar e fortalecer a OMC e o sistema multilateral de comércio”.

Segundo nota à imprensa divulgada pelo Itamaraty, Lula recebeu telefonema de Bush ontem às 8h30 para tratar da Conferência da OMC. Na conversa, o presidente Lula afirmou que a Conferência Ministerial de Cancún é uma oportunidade valiosa para orientar os trabalhos futuros da Rodada de Doha. “Não podemos esperar por outra rodada para que nossos interesses sejam atendidos, sobretudo em agricultura”, disse Lula.

Mas o presidente também deixou evidente a preocupação do Brasil com relação aos rumos nas negociações no que diz respeito à agricultura. “O texto preparado pelo Presidente do Conselho da OMC (o uruguaio Carlos Pérez del Castillo) não satisfaz o mandato da Rodada em matéria de agricultura”, afirmou Lula ao presidente norte-americano.

Ele destacou que, junto com outros países em desenvolvimento, o Brasil preparou proposta que visa manter o nível de ambição original. Esse grupo (o G-20) representa 65% da população rural e cerca da metade da população mundial.

Já o presidente Bush salientou a importância da reunião de Cancún para o futuro do comércio internacional e “manifestou sua satisfação com os entendimentos, recém-alcançados em Genebra, que solucionaram de forma satisfatória para EUA e Brasil” as divergências mundiais em torno da exportação de remédios genéricos para países pobres, segundo o Itamaraty.

Bush teria dito ainda que valoriza o papel desempenhado pelo Brasil na OMC e que os dois países poderão trabalhar juntos na promoção do consenso. Para isso, o representante especial para comércio dos Estados Unidos, Robert Zöellick, irá procurar o ministro das Relações Experiores, Celso Amorim, para tratar do assunto.

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