Lula enfrenta desafio de liderança amanhã

Gaborone, Botsuana – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viverá amanhã (12) um momento-chave para posicionar-se no mundo como o promotor da reunião de "líderes mundiais" orientada para destravar as negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Durante um café da manhã com 11 chefes de Estado que participam da Cúpula da Governança Progressista, em Pretória (África do Sul), o presidente lançará sua proposta de organizar esse encontro, no qual se espera que os países mais reticentes sobre as negociações agrícolas da Rodada – em especial, a França – recuem e politicamente se comprometam a oferecer reais concessões.

No fim da tarde de hoje (11), logo ao desembarcar em Pretória, Lula se encontrará com o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, para discutir mais essa proposta. Segundo Celso Amorim, os encontros de hoje e amanhã serão "úteis" porque a tarefa de sensibilizar os países mais reticentes a apresentar ofertas na área agrícola tem de ser um "processo permanente".

Hoje, em Botsuana, Lula resgatou seu discurso sobre dívida moral do Brasil com a África e reiterou o compromisso de seu governo e das próximas gerações brasileiras de que o País jamais voltará suas costas para esse continente. Desta vez, no entanto, agradeceu a herança que o Brasil recebeu da África na forma da alegria, da dança e da ginga, assim como para a formação da "parcela de seres humanos mais alegres e mais bonitos do planeta Terra".

Neste seu quinto périplo pela África, Lula havia se esquivado de retomar essa linha de raciocínio em suas passagens pela Argélia e por Benin. "Cada vez que faço uma viagem para a África é como se estivesse voltando para a minha própria casa", afirmou, em improviso, ao fim de seu discurso no almoço que lhe foi oferecido.

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