Lula elogia Marina Silva e sinaliza para permanência

A cerimônia de sanção da lei de proteção a Mata Atlântica, nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto, terminou por se transformar em uma sessão de pedidos para que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, seja mantida no cargo do segundo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, apesar dos discursos explícitos, o presidente optou pela discrição: elogiou Marina, disse que não negava nada a ela, mas não confirmou sua manutenção no cargo, como já em outros casos.

"Ficaremos ainda mais felizes quando o senhor confirmar a ministra Marina no cargo", discursou o ex-deputado Fábio Feldmann (PV), autor do projeto que deu origem à lei da mata atlântica. "Gostaríamos que a atual gestão continuasse. Temos toda a confiança na ministra Marina", pediu Miriam Prochnow, coordenadora da rede de ONGs em Defesa da Mata Atlântica.

O presidente defendeu a ministra. Depois de dizer que é "desenvolvimentista" e "ambientalista", afirmou que se cometem injustiças com sua ministra. "Muitas vezes injustiças se cometem em relação a ela. Não é fácil as pessoas jogarem toda a culpa em cima do meio ambiente. A coisa mais fácil do mundo é um irresponsável transferir responsabilidade para outros", disse. Mas não respondeu aos presentes se Marina ficaria ou não.

Em outros casos, quando ouviu pedidos como esse para o ministro da Educação, Fernando Haddad, do Turismo, Walfrido Mares Guia, e da Cultura, Gilberto Gil, o presidente terminou por confirmar suas permanências. Mas não foi o que aconteceu hoje. Perguntada diretamente se fica no cargo, a ministra não disse nem sim, nem não. "Se for do meu entendimento, da vontade de Deus e do Presidente da República", respondeu.

Marina, nos últimos tempos, está no meio da discussão que Lula trava no governo sobre medidas para "destravar" o País. A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, é uma das que criticam a condução do sistema de licenças ambientais para obras prioritárias e o próprio Lula falou para diferentes interlocutores que as licenças são um dos nós a serem desfeitos no País.

Ontem, o presidente tentou deixar claro que espera mais agilidade, mas não mudanças que facilitem as licenças e sejam mais permissivas. "No Brasil, habitualmente, se fazia um projeto se fazia um contrato, licitação e, depois que a obra estava pela metade se ia buscar a licença prévia. E aí, quando não se dava porque estava irregular, quem pagava o pato eram aqueles que defendiam o meio ambiente. Isso, no nosso governo, acabou", disse. "Pelo que eu tenho brigado no nosso governo é pelo seguinte: um projeto não pode ficar 14 anos esperando alguém dizer sim ou não".

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