Lula é capa da ‘Economist’ desta semana

A revista inglesa The Economist dedica sua capa desta semana às eleições presidenciais brasileiras, estampando uma foto do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a revista, como o Brasil é quarta maior democracia do mundo, suas eleições são muito importantes para toda comunidade internacional. “A votação acontece no momento em que o Brasil e a maior parte da América do Sul tremem na beira de outro desastre financeiro, induzido por suas dívidas, com o potencial de adicionar mais nervosismo para a debilitada economia mundial”, diz o editorial.

A Economist refere-se a Lula como “o mais provável vencedor”, que não é “mais um representante das elites privilegiadas no Brasil”, mas sim um ex-metalúrgico, que lidera o maior partido de esquerda na América Latina. Uma vitória dele representaria, diz a revista, “uma indiscutível mudança de direção”.

Segundo a Economist, “a vitória de Lula seria um triunfo” para a democracia brasileira. “Numa região há muito tempo governada por generais ou poderosos, isso seria inimaginável não muito tempo atrás”, diz o texto. “A história da vida de Lula é uma saga de mobilidade social que merece uma novela.”

A Economist, no entanto, alerta que “a Presidência de Lula vai se sustentar ou cair dependendo de seu gerenciamento da economia”. Para a revista, as reformas promovidas por Fernando Henrique foram insuficientes e o gerenciamento da dívida do País “ameaça ficar fora de controle”. “Em contraste às últimas crises da dívida, a maioria dos credores desta vez não são bancos estrangeiros mas sim bancos brasileiros e fundos de pensão. Isso significa que algum tipo de reestruturação voluntária da dívida poderá ser possível, mas também que boa parte de qualquer moratória seria sentida no mercado doméstico.”

Para a revista, outra fonte de preocupação com um eventual governo de Lula seria as políticas que ele poderá implementar. “A sua conversão à realidade econômica é muito recente para não gerar dúvidas.”

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