Lula diz ter mais leveza para governar no 2.º mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (28) que está tendo mais leveza para governar neste segundo mandato e, portanto, poderá fazer as reparações do que não conseguiu realizar no primeiro mandato. "No segundo mandato temos mais leveza para governar porque a reeleição não pesa nos ombros", afirmou ele, na manhã de hoje, ao participar da solenidade de comemoração do Dia Internacional da Saúde da Mulher e do Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna, na Escola Paulista de Medicina.

O presidente falou também, no breve discurso, que é preciso reparar a dívida com a comunidade indígena, com as mulheres, com os afrodescendentes e com o povo brasileiro em geral. "Há uma dívida a ser paga", reiterou e citou a importância do programa de planejamento familiar que seu governo vem realizando e que teve suas ações ampliadas, como por exemplo, a redução em até 90% no preço dos anticoncepcionais e o fim da limitação no SUS para a realização vasectomia.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que também participou do evento, informou que os Estados e municípios não terão mais limites para as cirurgias de vasectomia e o valor que será pago aos prestadores de serviço, para este tipo de procedimento, subiu de R$ 20 para R$ 123. Segundo Temporão, em 2002 foram realizadas duas mil vasectomias e, no ano passado, o número subiu para 20 mil. No discurso, o presidente Lula fez uma brincadeira com o tema. "Um amigo me perguntou se eu já tinha feito vasectomia e eu respondi que é essa é uma questão foro íntimo, um segredo de Estado", disse, arrancando risos da platéia.

Segundo o presidente, essa política de planejamento familiar é importante também para proteger a população mais pobre, que normalmente não recebe os recursos e a educação necessária para se precaver de uma gravidez indesejada. "Estamos colocando a disposição da sociedade os instrumentos necessários para ela se planejar, com o mínimo de informação, parta evitar uma gravidez indesejada ou fora de hora. Este é um salto de qualidade no papel que o Estado brasileiro tem de cumprir.

Ainda no breve discurso, Lula disse que vê com muita alegria o fato de seu governo ter tomado a decisão de discutir o planejamento familiar com seriedade. "Este não é um programa de governo, mas da sociedade brasileira e para a sociedade.

Alguns estudantes e o sindicato dos trabalhadores da Universidade Federal de São Paulo realizaram um tímido protesto pedindo a melhoria no salário dos professores e se posicionando contra a reforma universitária. Apenas uma estudante conseguiu entrar no auditório onde o evento foi realizado, e ao final do discurso do presidente, levantou um cartaz com os dizeres "não a reforma universitária".

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