Lula compara mensaleiros com arcebispos da ditadura

O presidente Lula comparou esta terça as acusações contra os mensaleiros e todos os que foram investigados por corrupção, nos escândalos registrados ao longo do primeiro mandato (2003-2006), aos processos de "difamação" a que, no regime militar (1964-85), foram submetidos os arcebispos dom Paulo Evaristo Arns, de São Paulo, e dom Helder Câmara (1909-1999), de Olinda e Recife (PE). "Passaram-se o anos e as calúnias levantadas contras essas pessoas nunca foram provadas", afirmou o presidente em resposta à pergunta do padre César Moreira, da Rádio Aparecida.

O presidente concedeu na manhã desta terça, no Planalto, uma entrevista a um pool da Rede Católica de Rádio. Participaram da entrevista a presidente da Rede, irmã Helena Corazza, e mais outros três profissionais das rádios Aparecida, Nova Aliança de Brasília e Difusora de Goiânia.

A comparação entre mensaleiros e os arcebispos foi em resposta a uma pergunta sobre "questões éticas" envolvendo o governo. O padre Moreira disse que "houve uma certa frustração no modo como o governo tratou, no mandato passado, a questão dos escândalos". E arrematou: "O senhor acha que fez tudo o que devia?". Lula disse que "o presidente da República não é policial nem tem papel de juiz". Afirmou, ainda, que a Justiça é que vai decidir quem é ou não culpado, mas acrescentou uma opinião objetiva sobre as denúncias: "Na verdade, teve muitas coisas que foram colocadas a público sem nenhuma veracidade, sem nenhuma prova, sem nenhum argumento que pudesse dizer: isso é verdadeiro".

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