O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou dos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil a apresentação, esta semana, de um relatório de acompanhamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) mais detalhado do que o divulgado recentemente pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (31) pelo secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy. Ele informou também que representantes dos três ministérios fizeram reuniões até mesmo no domingo passado para preparar o relatório. "O presidente está cobrando", disse Godoy.
O secretário contestou a avaliação de que a descoberta de fraudes em licitações de obras do governo federal feita pela Operação Navalha, da Polícia Federal, poderia atrasar o andamento das obras do PAC. "A ação da Policia Federal não afeta o PAC", afirmou Godoy, enfaticamente. Reconheceu, no entanto, as dificuldades do governo em gastar os recursos previstos no programa.
"Existem as dificuldades, e o governo está focado para atingir o que foi determinado no PAC", disse. Questionado se o ritmo lento de investimento de recursos nas obras do PAC estava ligado a "maracutaias", Godoy respondeu: "As dificuldades estão relacionadas à economia real. Tem que ter o projeto, a licitação a obra, as medições… Não é fácil fazer os investimentos", acrescentou. Apesar de o governo ter empenhado apenas R$ 1,9 bilhão para obras do pacote neste ano, enquanto o total previsto para 2007 é de R$ 15,76 bilhões, Godoy afirmou que é possível atingir a meta prevista. Para isso, o governo teria que empenhar cerca de R$ 1,8 bilhões por mês.