O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um desafio aos empresários de 28 países presentes ao World Economic Forum, em Santiago: "comecem a viajar pela América Latina; comecem a acreditar na integração da América do Sul porque ela veio para ficar e quem não acreditar nela vai ficar à margem do processo de desenvolvimento".
Ao lado da presidente do Chile, Michele Bachelet, Lula fez o discurso de encerramento da versão latina do Fórum Econômico Mundial de Davos, no qual o presidente brasileiro exaltou a integração regional e a consolidação da democracia na região. "Somos 370 milhões de pessoas na América Latina determinadas a realizar o processo de integração regional e com a maior ênfase em superar as dificuldades nas áreas de infra-estrutura", disse Lula para uma platéia atenta às suas palavras.
O presidente também tocou em temas sensíveis ao falar que o processo de integração "avança ainda na harmonização de critérios para financiamento, o que será um primeiro passo para o Banco Sul Americano de Desenvolvimento". Mas Lula não esclareceu se esse banco seria o mesmo proposto pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e que tem gerado resistências por parte do Brasil. Lula divulgou seu projeto de desenvolvimento de biocombustíveis e argumentou que "além de ser fontes de energia alternativa barata é limpa e vai gerar emprego, aumentar a pauta de exportação e dar valor agregado às vendas externas agropecuárias.
O presidente elogiou o Chile e Bachelet por terem conseguido conciliar crescimento com distribuição de renda e falou da conquista de seu governo de ultrapassar a casa dos US$ 100 bilhões em reservas internacionais, além de fazer uma breve passagem pelos programas sociais de sua gestão. Para completar, Lula afirmou que é preciso fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo na América Latina. "Acabou o tempo das dúvidas de que seríamos capazes de consolidar o processo democrático porque hoje a democracia já está consolidada na região", concluiu.