Lula adverte PT e busca saída honrosa para Aldo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado ao líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT), e aos coordenadores da campanha do petista à presidência da Câmara: não quer que o atual presidente da Casa e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PC do B), seja humilhado. No atual cenário, Lula considera Aldo derrotado na disputa com Chinaglia, mas quer uma saída honrosa para quem considera um ?companheiro leal?.

O presidente comentou com interlocutores que estuda aproveitar a reforma ministerial que fará no retorno das férias e entregar para Aldo um ministério. O mais provável seria o da Defesa. Lula também vê outra saída para o comunista: deixá-lo com a liderança do governo na Câmara, atualmente sob responsabilidade de Chinaglia.

O temor do presidente é que, se sair humilhado do processo de sucessão na Câmara por petistas da tropa de choque de Chinaglia, Aldo não terá condições de assumir nenhum dos dois postos vislumbrados.

Um dos integrantes da coordenação da candidatura petista, que já dá como certa a vitória no embate contra Aldo, assegura que nenhum integrante do PT – ?e muito menos Chinaglia? – tem humilhado o atual presidente da Câmara.

Na avaliação de petistas, Aldo é que tem se humilhado ao dar declarações contrárias ao governo e à disputa. Na quinta-feira, o presidente da Câmara buscou na 2ª Guerra uma comparação com sua estratégia de ?resistência? para manter a candidatura. ?Stalingrado será no dia 1º de fevereiro?, afirmou, referindo-se à invasão da Rússia pela Alemanha nazista.

Cautela

Embora estejam dando como favas contadas a vitória em relação a Aldo, os petistas procuraram ser cautelosos ao serem informados do recado de Lula. Ontem, os coordenadores da campanha de Chinaglia decidiram que somente anunciarão o apoio dos partidos envolvidos com o mensalão (PP, PTB e PL) – que nos bastidores já informaram a adesão ao candidato petista – depois de consolidar o apoio do PMDB e da oposição. O temor é de que a divulgação da adesão agora provoque uma reação negativa e acabe associando a candidatura de Chinaglia ao mensalão.

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