Loteamento popular tem vigilância monitorada por câmeras

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Datacenso, a segurança é a principal preocupação de aproximadamente 95% dos moradores da Cidade Industrial de Curitiba.

Para proteger os moradores, em novembro de 2004 foi criado o Conselho Comunitário de Segurança no loteamento Vitória Régia. De lá para cá, 12 voluntários da própria comunidade se revezam em rondas, campanhas e ações conjuntas com a polícia. Um diferencial do conselho de segurança do loteamento para os outros é que, desde o início, ele funciona com um sistema de monitoramento por alarme.

?Instalamos os sensores de presença na casa dos moradores. Quando o sensor identifica algum movimento, toca o celular de quem está no patrulhamento?, explica o presidente do Conseg ? CIC VITÓRIA RÉGIA, Círio Gomes Ferreira. Recebido o aviso, os voluntários seguem para a casa onde o alarme foi disparado.

De acordo com o administrador regional da prefeitura na CIC, José Dirceu Matos, o sistema deu tão certo que serviu de exemplo para a criação de novos conselhos na região. ?Nós nos espelhamos um pouco no projeto do Conseg no loteamento Vitória Régia quando nos reunimos com as comunidades da CIC para diminuir a violência no bairro?, comenta.

Segurança duplicada

Depois de quase três anos de atividade, o Conseg – CIC Vitória Régia investe em mais segurança para os moradores. No começo desse ano foram instaladas quatro câmeras de vigilância em pontos estratégicos da moradia. ?Com as câmeras conseguimos visualizar com nitidez 100% do loteamento, inclusive a noite?, conta Círio.

De acordo com o vice-presidente da Federação Comunitária das Associações de Moradores de Curitiba e Região Metropolitana (Femoclam), Nilson Pereira, o sistema é inédito na cidade para comunidades.

?Curitiba tem 530 vilas e nenhuma delas tem um sistema parecido com esse. É um exemplo para a Femoclam?, exclama. Além das quatro câmeras já instaladas, o projeto prevê a instalação de mais duas que ficam em postes de 18 metros de altura e são ligadas por cabos de fibra óptica.

O sistema de vigilância completo conta ainda com uma central de observação. De lá, os encarregados do monitoramento recebem as imagens de todas as câmeras e controlam o ângulo que querem enxergar melhor, já que as máquinas giram 360º para qualquer lado.

As imagens são vistas através de uma televisão de plasma de alta definição 24 horas por dia. ?É possível ver e identificar o rosto de alguém que esteja passando pela rua?, comenta o presidente do conselho.

O sistema de segurança não se limita às vias comuns. Quando algum sensor de segurança instalado em alguma casa dispara, o celular do presidente do conselho recebe o endereço da ocorrência, ao mesmo tempo o encarregado do monitoramento que estiver de plantão.

O monitor avisa aos voluntários que estiverem na ronda que seguem ao local do disparo enquanto acompanha a operação pelas as câmeras. ?Agora ficou mais fácil monitorar tudo?, brinca Círio.

Com um mês de funcionamento, o projeto é só elogios entre os moradores e comerciantes do Vitória Régia. ?A segurança melhorou muito aqui. Eu fecho a minha loja para o almoço e vou pra casa tranqüila porque sei que eles ficam olhando pra mim?, declara a comerciante Franciele Correa Novakoski que mora e tem uma loja de roupas no bairro. ?Ficou 10. Tudo jóia!?, complementa.

A diferença é nítida também para a também comerciante Jaqueline Fernanda dos Santos. Ela trabalha com o marido no loteamento, mas mora numa moradia vizinha. ?É bem diferente. Aqui está bem mais seguro. 100% mais seguro?. ?A CIC é uma região crítica, mas no Vitória Régia você não vê roubos mais?, acrescenta o vice-presidente da Femoclam, Nilton Pereira.

Para o administrador regional da prefeitura, José Dirceu Matos, o sistema deveria ser copiado em outros pontos da cidade. ?Acho que acaba saindo mais barato instalar um sistema desses do que tratar a violência?, finaliza.

CONSEGs no Paraná

O primeiro Conselho Comunitário de Segurança do Paraná foi criado em 1982, em Londrina. Cada conselho é uma entidade de apoio à Polícia Estadual. Depois dessa iniciativa, os CONSEGs se espalharam pelas comunidades no Estado.

Para se ter uma idéia da eficácia do projeto, de acordo com a coordenação dos Conselhos Comunitários de Segurança do Paraná, as comunidades que implantaram os conselhos já tiveram uma redução de aproximadamente 21% nos índices de violência.

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