Líderes mundiais criticam Estados Unidos

No dia em que o mundo relembrou o 11 de Setembro, os EUA não receberam apenas manifestações de pesar pelas milhares de mortes nos ataques. Em Londres, o jovem líder do partido Conservador britânico, David Cameron, criticou a "guerra contra o terrorismo" impulsionada nos últimos cinco anos pelo presidente George W. Bush. Em um discurso proferido por motivo do quinto aniversário dos ataques, Cameron caracterizou como "simplista e não realista" a doutrina dos neoconservadores do governo dos EUA de incluir o Iraque e a Coréia do Norte no chamado "eixo do mal". Para ele, essa política "representa uma visão que só vê luz e escuridão no mundo".

Durante o discurso, feito em uma instituição britânica que busca reforçar os laços entre os dois países, o político britânico também enfatizou que chegou o momento de reavivar a relação especial entre os EUA e o Reino Unido. "Isto significa desenvolver com os EUA uma política exterior dura e efetiva na era do terrorismo internacional. Uma política que supere o neoconservadorismo ao manter sua firmeza, mas aprendendo com seus fracassos.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel também criticou os meios atuais usados pelos EUA em sua guerra ao terror. Em um comunicado sobre o 11 de setembro, ela destacou que o respeito pelos direitos humanos e por outras culturas deve apoiar a guerra internacional contra o terrorismo.

Merkel também reiterou sua crítica à existência de prisões secretas da CIA para interrogar supostos terroristas, dizendo que "os fins não podem justificar os meios". "Nossa luta contra os terroristas islâmicos apenas será bem-sucedida se fortalecermos o desenvolvimento democrático e econômico e prestarmos mais atenção aos direitos humanos em regiões combalidas", destacou.

O presidente Bush reagiu às críticas, alegando que são legais os meios empregados durante os interrogatórios de supostos membros da Al-Qaeda. "Meu trabalho é proteger o país, e é isto o que farei respeitando a lei", afirmou em uma entrevista à rede NBC. Para Bush, aqueles que criticam constantemente a política americana "não vivem nos EUA" e, por isso, "para eles o 11 de Setembro não foi um dia tão ruim.

A senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton concordou que atualmente os americanos estão menos vulneráveis, mas ressalvou dizendo que também "não estão suficientemente seguros". "Precisamos tornar ainda mais seguras nossas fronteiras, portos, ferrovias e sistemas de trânsito", disse à NBC. Para ela, "Nova York ainda é o alvo número 1 dos terroristas".

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