Após um encontro com quatro ministros no Palácio do Planalto, João Paulo Rodrigues, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), disse que "é importante" que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresente amanhã, na visita que fará ao assentamento Lulão em Eunápolis(BA), "uma resposta condizente" com as reivindicações do movimento.
"Estamos contando com isso", afirmou João Paulo, deixando implícito um recado ao presidente Lula sobre a possibilidade de uma manifestação do MST em Eunápolis.
Os representantes do MST tiveram há pouco, no Palácio do Planalto, uma reunião com os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, além do secretário-executivo do Ministério do Planejamento, João Bernardo de Azevedo Bringel, do presidente do Incra, Rolf Hackbart, e com o assessor especial Francisco Graziano.
Rodrigues afirmou que foi ao Planalto exigir o cumprimento das promessas do governo ao MST. Segundo ele, enquanto não forem atendidas as reivindicações, as famílias continuarão fazendo ocupações de fazendas e de escritórios do Incra (atualmente, 26 escritórios do Incra estão ocupados em 20 Estados)."Enquanto não houver o atendimento das reivindicações, não vai haver suspensão de mobilização", disse.
Na reunião, segundo a liderança, os integrantes do governo pediram um tempo para avaliar as reivindicações. Ele acredita que os sem-terra podem ser chamados ainda hoje ao Planalto para a retomada das negociações. "Nós queremos negociar. Não seria bom nem para o governo e nem para a reforma agrária sairmos daqui sem uma resposta convincente para a nossa base", afirmou.
Questionado sobre o que aconteceria se não houvesse resposta positiva, respondeu: "Nós estamos trabalhando com cenário de que vai ter resposta positiva. Não queremos imaginar que o governo Lula não vai cumprir os acordos firmados com os trabalhadores".