O líder da minoria na Câmara dos Deputados, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) considerou como "gravíssimas" as recentes denúncias feitas pelo presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), deputado Roberto Jefferson (RJ). Jefferson afirmou à imprensa que soube por diversos congressistas que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava uma mesada de R$ 30 mil a parlamentares do PL e do PP.
"Eu nunca imaginei que o Congresso estivesse de tal forma contaminado e que o poder Executivo, que o governo do PT, do presidente Lula, estivesse tão comprometido com esse processo de poluição da democracia", afirmou José Carlos Aleluia.
O líder da minoria não propõe ainda a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a denúncia, mas disse não ver outra forma de resolver o problema que não seja por meio do Congresso Nacional. "Não há outro modo de investigar um fato de tanta gravidade que não seja através de CPI. Não é a Polícia Federal que vai investigar coisas de tal envolvimento político e de tal complexidade na República".
Ele afirmou ainda que as denúncias devem ser apuradas com "profundidade, mas com serenidade", para que ninguém seja condenado ou inocentado antecipadamente. "A essa altura, a investigação interessa ao país e sobretudo aos deputados da base do governo que ficam envolvidos nessas coisas, seja do partido do presidente, seja dos partidos aliados. Portanto, a investigação interessa também à base do governo".
Pela manhã, o PT divulgou uma nota oficial negando as declarações de Roberto Jefferson que, segundo o presidente do partido, José Genoino, "não têm o mínimo de fundamento na realidade". A nota afirma ainda que "o relacionamento do PT com todos os partidos da base de sustentação do governo, inclusive o PTB, se assenta em pressupostos políticos e programáticos e no objetivo de garantir a governabilidade do país e implementar o programa de governo pelo qual o presidente Lula foi eleito".