Levantamento do MS indica contaminação do solo em 689 áreas

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Jarbas Barbosa, disse nesta segunda-feira, que o levantamento em 689 sítios contaminados no Brasil mostra uma situação delicada. Mas, segundo ele, esse problema tem sido tratado "com firmeza", de maneira preventiva e de modo descentralizado pelo governo federal.

Ele participou hoje da abertura do seminário Vigilância em Saúde de Populações sob Risco de Exposição a Áreas com Solo Contaminado. O evento acontece em Brasília até quarta-feira.

"Nós já estamos desde 2003 investindo num processo de capacitação e treinamento de pessoal, e agora vamos fazer um treinamento utilizando tecnologia de educação à distância para que possamos formar, em todas as grandes cidades brasileiras e em todos os estados, pessoas com capacidade técnica para estabelecer riscos e propor medidas que evitem aqueles riscos", afirmou.

Sobre o levantamento do ministério, Barbosa explicou que existem as mais diversas situações, "algumas de baixo e outras de alto risco para a população". Ele afirma que os casos de contaminação do solo vão desde um posto de gasolina, com armazenagem inadequada de combustível subterrâneo, até situações mais antigas e graves como, por exemplo, em Santo Amaro da Purificação (BA), "que tem uma contaminação muito grande por vários tipos de metais resultante da atividade industrial que ali era exercida".

De acordo com o secretário, o trabalho da Saúde se propõe, em primeiro lugar, a fazer e atualizar essa listagem e, em segundo lugar, realizar um levantamento rigoroso de populações expostas ao risco, além de monitorar a saúde dessas populações. "Em terceiro lugar, queremos adotar medidas que impeçam a continuidade dessas contaminações, como remediação do solo e contenção, para que novas populações não sejam expostas a ele", aponta.

Barbosa avalia que "o trabalho de concessão de licença para atividades que são perigosas precisa ser feita com cuidado". Pois, segundo ele, as prefeituras "têm que levar em conta que desenvolvimento econômico é positivo, mas, deve ser realizado sem sacrificar as medidas que podem prevenir o risco que as pessoas vão ser submetidas posteriormente".

Nesse sentido, Barbosa afirma que o trabalho descentralizado é uma das metas da Secretaria de Vigilância em Saúde. "O trabalho tem que ser descentralizado porque, em um país com a dimensão e diversidade do Brasil, o desafio é dotar os estados e municípios de capacidade para fazer essa atividade", conclui.

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