Rio (AE) – Baby, um leão que era mantido numa jaula de cinco metros quadrados na garagem de uma casa em Campo Grande na zona oeste do Rio, foi apreendido hoje por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. O animal foi examinado por veterinários do Zoológico do Rio, que atestaram as más condições de saúde do animal. À tarde, Baby foi transferido para o zôo.
O dono, Jesus Teixeira, de 43 anos, que se disse proprietário de um circo, foi autuado por maus-tratos a animais e pelo fato de não ter licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para criar o bicho. Ele contou que ganhou Baby de presente do dono de um outro circo, há 15 anos, quando ele tinha oito dias de vida. Desde então, o manteve na jaula.
O bicho chegou a ser utilizado em números circenses quando era mais jovem. Mas quando a prática foi proibida por uma lei estadual, há quatro anos, Baby passou a ficar confinado na garagem da casa de Teixeira. "Tentei, mas não consegui a licença. Estou chateado. Quero saber se ele irá para um lugar seguro e será bem tratado", lamentou o dono.
Maus-tratos
Teixeira garantiu que cuidava bem de Baby, alimentado com costela de boi e pescoço de galinha e tomava água numa "mamadeira" de dois litros. "Ele foi acostumado assim. É muito manso e nunca atacou ninguém. Conviveu esses anos todos com meus filhos pequenos".
Para o veterinário Luiz Paulo Fedullo, do Zôo do Rio, Baby não está bem. "Ele pesa 100 quilos, quando deveria ter o dobro. Tem 15 anos, mas aparenta apenas 5. Provavelmente, não recebia a alimentação necessária. Um animal desse tamanho não pode ficar num espaço tão pequeno ", afirmou.
O caso foi denunciado à polícia por vizinhos de Teixeira que contaram aos policiais que os rugidos de Baby eram ouvidos de longe. Eles temiam que o bicho ferisse alguém. A equipe da delegacia foi até a residência hoje pela manhã e rebocou a jaula até o pátio da unidade. De lá, o leão foi levado para o zôo.
A lei estadual 3.714, de novembro de 2001, proíbe a participação de animais em espetáculos circenses no Estado do RJ. Não existe legislação federal nesse sentido. O Ibama informou que pessoas físicas só recebem licença para cuidar de animais exóticos quando cumprem uma série de exigências quanto à alimentação e ao cuidado com os bichos.