Laudo isenta empresa de culpa por explosão do Vicuña

Dois anos após a explosão do navio chileno Vicuña no Porto de Paranaguá, que causou quatro mortes e grande impacto ambiental e social no litoral paranaense, foi divulgado o relatório judicial oficial isentando de culpa a Cattalini Terminais Marítimos, empresa dona do terminal privado onde ocorreu o acidente. Segundo o laudo, a explosão começou num dos tanques do navio no momento em que parte da carga de etanol era descarregada. Também chegou-se à conclusão de que as bombas usadas apresentavam "não conformidades" e que havia "graves irregularidades" de manutenção no navio.

O acidente ocorreu na noite de 15 de novembro de 2004, quando o Vicuña descarregava no terminal da Cattalini. A embarcação chilena transportava 11,2 mil toneladas de etanol e armazenava ainda 1,24 mil toneladas de óleo combustível (bunker), 150 toneladas de óleo diesel e 26 toneladas de óleos lubrificantes. A explosão matou quatro dos 28 tripulantes do Vicuña e a carga de óleo espalhou-se pelas baías de Paranaguá, Antonina e Laranjeiras, atingindo posteriormente 170 quilômetros da costa paranaense. Foram necessários quatro meses para que a carcaça do navio fosse totalmente retirada do local.

Em 2005, O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concluíram um laudo de impacto ambiental e aplicaram multas iguais de R$ 50 milhões para a Cattalini e para a Sociedade Navieira Liquigás, dona do navio. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) foi autuada em R$ 1 milhão porque o plano de emergência adotado após o acidente foi considerado insuficiente.

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