Laboratórios agropecuários vão receber R$ 37 milhões do governo

A rede de laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura para análise de doenças e pragas receberá um investimento de R$ 37 milhões para modernização. Os recursos serão repassados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura.

São seis os chamados Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagro), os únicos com reconhecimento para realização de testes que comprovem a ocorrência de pragas nas culturas brasileiras, de doenças animais nos rebanhos, além de exames de controle de qualidade e identidade de produtos de origem animal, vegetal e de insumos agropecuários ? tais como fertilizantes e agroquímicos.

Segundo a coordenadora-geral de Apoio Laboratorial do ministério, Maria Soares Artiaga, os laboratórios realizaram no ano passado cerca de três milhões de análises na área animal. Os laboratórios nacionais estão localizados em Porto Alegre, Goiânia, Curitiba, Recife, Campinas (SP), Pedro Leopoldo (MG).

Maria Artiaga ressaltou que os recursos vão permitir a substituição de equipamentos que estão sucateados, a maioria com uma média de 15 anos de uso. "Nesse período, houve uma expressiva evolução tecnológica que queremos agora recuperar. Hoje, existem técnicas que em poucas horas dão o resultado de análises laboratoriais", disse.

Os laboratórios de São Leopoldo e de Campinas ? especializados no diagnóstico de doenças em bovinos e em aves, respectivamente ? serão adaptados para receberem a credencial internacional de laboratórios de biossegurança em suas áreas de atuação.

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que a modernização dos laboratórios agropecuários é fundamental para que o Brasil seja reconhecido pelos países importadores. Segundo ele, a defasagem dos laboratórios leva ao aumento dos questionamentos em relação aos produtores brasileiros, principalmente quando ocorre detecção de resíduos fora dos limites aceitáveis.

"A diferença ocorre porque, embora dentro da capacidade dos equipamentos que hoje dispomos, os importadores acabam detectando resíduos fora destes limites", explicou Rodrigues.

Rodrigues destacou também que a falta de laboratórios de referência com reconhecimento internacional, para detecção de doenças em bovinos e em aves, não condiz com a liderança do Brasil na exportação mundial de carnes. O Brasil é o primeiro exportador de carne bovina e de frango.

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