Jungmann prevê votação até quinta-feira do referendo sobre venda de armas

A votação do projeto de Decreto Legislativo que autoriza a realização de referendo sobre a comercialização de armas de fogo e munições poderá ocorrer até quinta-feira (7). A previsão foi feita pelo vice-líder do PPS, Raul Jungmann (PE), após reunir-se com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). Na mesma reunião, os líderes do PSB, Renato Casagrande (ES), e do PCdoB, Renildo Calheiros (PE), comunicaram a Cavalcanti a disposição de obstruírem a votação da Lei de Drietrizes Orçamentárias (LDO) até que a Câmara vote o referendo. O comunicado da obstrução, segundo o líder do PCdoB, será levado também ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Renildo Calheiros propôs, na reunião, que os líderes da base e da oposição fechem um acordo no sentido de votar a Medida Provisória 250, que abre crédito de R$ 30 milhões para auxílio às vítimas da estiagem na região Sul, a fim de destrancar a pauta de votações da Câmara. Calheiros, Casagrande e Jungmann prometeram a Severino buscar acordo com os demais líderes para inverter a pauta e votar, logo após a MP, o projeto que trata da consulta popular sobre a venda de armas de fogo. Ficaria para depois a votação do projeto de resolução que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da compra de votos.

"Nós não devemos votar a LDO no Plenário do Congresso antes de votar o referendo do desarmamento. Acho muito ruim para a sociedade brasileira, que apóia a realização da consulta em outubro próximo, que a Câmara encerre os trabalhos do semestre sem votá-la", disse o líder do PSB, ao justificar a disposição de obstruir a votação da LDO. Casagrande também informou que vai pedir votação nominal da matéria em plenário.

Sobre a aprovação do projeto para criar a CPI da compra de votos, o líder disse ver dificuldades. O pedido para criação dessa CPI foi feito pelos partidos da base aliada, com o próposito de investigar o suposto pagamento do chamado "mensalão" pelo PT a deputados do PP e do PL, em troca de apoio ao governo, e também as suspeitas de compra de votos para a aprovação, em 1997, da emenda constitucional que possibilitou a reeleição para os Executivos federal, estaduais e municipais. "Acho que o governo precisa vislumbrar outras estatégias, pois teremos dificuldade em aprovar a criação dessa CPI", disse Casagrande, lembrando que desde a semana passada a oposição vem obstruindo os trabalhos da Câmara por causa dessa votação.

Também participaram da reunião com Severino Cavalcanti representantes do Comitê Nacional de Vítimas da Violência (Convive), uma das entidades que lutam pela aprovação da consulta popular. Após a reunião formal, os integrantes do Convive, que promovem vigília no Salão Verde, cantaram músicas religiosas no gabinete da presidência da Câmara.

Voltar ao topo