Juízes investigados têm sigilo fiscal e bancário quebrado

A Justiça decretou a quebra do sigilo de três desembargadores e dois juízes federais investigados na Operação Têmis da Polícia Federal, sobre um suposto esquema de venda de sentenças em ações relativas a causas tributárias e ao jogo do bingo. A decisão foi tomada pelo ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator da devassa que mira 43 pessoas, entre empresários, advogados, lobistas e magistrados, além de empresas devedoras de tributos. Iniciada em agosto, a Têmis só foi deflagrada sexta-feira, quando a PF cumpriu mais de 80 mandados de busca e apreensão em casas e escritórios dos investigados.

O ministro não autorizou, porém, o bloqueio de bens de nenhum dos citados. O congelamento foi requerido pelo Ministério Público Federal, que alegou risco de dilapidação de patrimônio. A pesquisa sobre movimentações financeiras e dados fiscais atinge os desembargadores Alda Basto, Nery Júnior e Roberto Haddad, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, e dois juízes federais de primeira instância, Djalma Moreira e Maria Cristina Barongeno Cukierkorn.

É a mais ampla devassa já realizada no Judiciário federal. A quebra de informações confidenciais abrange período relativo aos últimos cinco anos. A meta da polícia agora é identificar eventual passagem de recursos de origem suspeita nas contas. A PF está convencida de que o esquema operava desde 2005, pelo menos.

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