Juiz depõe na CPI sem acordo de delação premiada ou redução de pena

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PA), afirmou que a Comissão não fez nenhum tipo de acordo, como delação premiada ou algum outro benefício de redução de pena, com o juiz João Carlos da Rocha Mattos, que depõe hoje (15). "A CPI não negociou com Rocha Mattos e ele vem aqui para falar. Não estamos preocupados com o que pensam determinados setores da sociedade. O que estamos preocupados é com a verdade", disse.

O depoimento de Rocha Mattos estava marcado para 10h30, mas como o vôo do juiz atrasou, deve começar antes do meio dia. Rocha Matos foi preso em novembro de 2003 durante a Operação Anaconda, organizada pela Polícia Federal e Ministério Público. Condenado a três anos de prisão por vender sentenças judiciais para beneficiar criminosos, o juiz também será julgado por outros crimes como falsidade ideológica, corrupção passiva e peculato.

Segundo a assessoria da comissão, Rocha Matos tem afirmado que existem fitas gravadas entre janeiro e março de 2002 com diálogos telefônicos de pessoas envolvidas no assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel.

Está marcada para amanhã (26) a acareação entre o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e os irmãos de Celso Daniel, João Francisco e Bruno Daniel. Os irmãos disseram à comissão que Gilberto Carvalho afirmou ser o responsável por arrecadar o dinheiro para um esquema de corrupção do qual participaria também o deputado José Dirceu (PT-SP). Gilberto Carvalho, em depoimento a portas fechadas, negou as acusações.

Efraim negou a existência de um acordo para que a acareação de amanhã entre Gilberto Carvalho e os irmãos de Celso Daniel seja a portas fechadas. "Não há sentido em fechar esse depoimento, porque não há pressão do Planalto nem solicitação de nenhum parlamentar nesse sentido, e o requerimento foi aprovado para que fosse uma acareação aberta".

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