José Alencar toma posse amanhã do Ministério da Defesa

O vice-presidente José Alencar, que toma posse amanhã (08), às 11h00, o cargo de ministro da Defesa, decidiu manter, por enquanto, todos os principais assessores do ex-ministro José Viegas que pediu demissão do cargo na última quinta-feira (04). Alencar passou o final de semana na residencial oficial da vice-presidência, o Palácio do Jaburu, escrevendo o discurso que fará nesta segunda-feira na posse. Ontem (06), ele recebeu em casa para mais uma conversa informal o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, pivô da crise que derrubou Viegas.

A estratégia do vice-presidente em manter a mesma equipe do antecessor é tentar evitar qualquer interrupção no processo de definição das verbas para o orçamento de 2005 para as três Forças Armadas e na articulação com o Congresso para a aprovação de emendas para programas militares em andamento. Segundo fontes do governo, Alencar fará um discurso burocrático, sem polêmicas, procurando acalmar os desentendimentos que ocorreram entre o ex-ministro e alguns setores das Forças Armadas.

O programa de reengenharia administrativa das Forças Armadas encomendado pelo Governo à Fundação Getúlio Vargas que estava sendo tocado por Viegas e a decisão sobre a compra dos novos caças da Força Aérea serão as principais decisões a serem tomadas por Alencar. O ex-ministro chegou a pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a decisão fosse tomada rapidamente, mas terminou caindo.

Outra decisão que Alencar terá que enfrentar é sobre a crise das empresas de aviação. A Casa Civil da Presidência da República está estudando soluções para a crise financeira da Varig e da Vasp. O vice presidente, agora como ministro da Defesa, passou a ser um dos principais interlocutores das empresas na busca de solução para esta crise. Alguns interlocutores do setor aéreo acreditam que Alencar poderá levar as discussões para a estaca zero para rever algumas diretrizes já fechadas. Viegas, por exemplo, era favorável à ajuda financeira às empresas, o que é rejeitado pela equipe econômica.

Considerado nacionalista e com a simpatia da cúpula militar brasileira, José Alencar também não deverá fazer mudanças nos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica. Amigo do líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), o general Albuquerque, pivô da crise que provocou a saída de Viegas, deve permanecer no cargo.

O general também é muito amigo do irmão de Mercadante, o coronel Oswaldo Oliva Neto. Mas o principal padrinho de Albuquerque é o general Oswaldo Muniz Oliva, pai de Mercadante e do coronel.

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