Jobim proíbe CPI dos Bingos de usar dados de sigilo de empresário

Depois de ter encaminhado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos um atestado médico dizendo que não poderia depor porque estava com uma torção no dedão do pé, o empresário Roberto Carlos Kurzweil obteve hoje o aval do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, para impedir que a comissão use dados do sigilo bancário, fiscal e telefônico dele

Jobim determinou ao presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), que não receba essas informações. Decidiu ainda que, caso os mesmos estejam na comissão, a CPI "abstenha-se de utilizá-los, devendo permanecer lacrados e sob sua custódia até nova decisão do tribunal"

Kurzweil é investigado pela CPI como um dos que teriam ajuda para operacionalizar o recebimento em São Paulo dos U$S 3 milhões supostamente doados por Cuba para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Ele é dono da locadora que cedeu o Ômega blindado e os serviços do motorista Éder Eustáquio Macedo, que teria transportado o dinheiro de Campinas, no interior de São Paulo, para a captial paulista, aos cuidados de dois ex-assessores do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Ralf Barquete, que morreu em 2004, e Vladimir Poleto.

No depoimento à comissão, ontem (19), o motorista deu credibilidade à informação ao entrar várias vezes em contradição. O hotel onde ficou em Brasília foi pago por um advogado do PT e coube ainda a uma assessora do Ministério da Fazenda pedir à comissão que a chegada a Brasília fosse antecipada para a quarta-feira (18)

São também de Kurzweil os Ômegas usados pelo ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares. A defesa de Kuzweil entrou no STF com medida cautelar com mandado de segurança para impedir o uso dos dados dos sigilos requeridos pela CPI dos Bingos. Os advogados alegam "falta de justa causa para transferência de dados" e "dano pessoal irreversível" ao empresário.

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