Investimento externo caiu 10,3% em 2005

Brasília – O Brasil passou 2005 sem colher os frutos de ter reconhecido a China como economia de mercado, no campo dos investimentos externos no setor produtivo. "Os investimentos diretos dos chineses em 2005 foram insignificantes", disse hoje (19) o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes. Para este ano, Lopes disse não ter nenhuma perspectiva de grandes elevações dos níveis destes investimentos. "Não temos nada em vista", disse.

Em todo o ano passado, o Brasil recebeu um total de US$ 15,193 bilhões, contra US$ 16,937 bilhões recebidos em 2004. A maior parte dos investimentos veio dos Estados Unidos, seguidos pelos Países Baixos. Este mês, o volume de investimentos diretos deverá chegar a US$ 1,2 bilhão.

A China, segundo o chefe do Depec, é atualmente um dos países com maior volume de investimentos produtivos feitos fora de suas fronteiras. "Com reservas de US$ 809 bilhões, os chineses têm a capacidade de investir muito fora e ao mesmo estão na liderança da recepção de investimentos diretos de outros países", disse. Só no ano passado, a China recebeu US$ 60 bilhões em investimentos diretos. Altamir destacou que uma das principais características dos investidores chineses é a cautela. "Eles são muito cuidadosos na hora de realizar um investimento", disse.

Os investimentos estrangeiros em ações de empresas brasileiras negociadas na bolsa de valores, em contrapartida, experimentaram grande expansão em 2005 e atingiram a marca dos US$ 6,451 bilhões. "Isto é reflexo do fato de a economia estar em bom estado e de que a nossa bolsa ter apresentado bom desempenho no ano passado", disse. O valor do ano passado, de acordo com o chefe do Depec, foi o maior já registrado pelo país desde 1997, quando terminou o ano em US$ 6,870 bilhões. O ambiente internacional positivo, segundo Lopes, também contribuiu para o aumento da procura dos estrangeiros pelas ações de empresas brasileiras.

Os estrangeiros, de acordo com dados da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), responderam por 32,8% de todo o volume negociado no ano passado. "Esta foi a maior participação dos estrangeiros desde o plano real", disse um porta-voz da Bovespa. Nos primeiros dezesseis dias deste ano, o movimento se intensificou e os estrangeiros já eram responsáveis por 34,7% dos R$ 23,068 bilhões negociados na Bovespa até o dia 16. Fora isso, os investimentos estrangeiros em ADRs de empresas brasileiras negociadas fora do País fechou 2005 em US$ 1,030 bilhão. No ano de 2004, os investimentos em ADRs tinham ficado em US$ 845 milhões.

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