Investimento de bancos em TI cresce 16,5%

São Paulo – Os bancos investiram R$ 18 bilhões no ano passado em tecnologia da informação (TI), o equivalente a 11% do patrimônio líquido (PL) de todas as instituições financeiras do País, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV). O dado, divulgado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), aponta ainda um crescimento de 16,5% nesses gastos em relação a 2004. E a expectativa é de que esse crescimento se mantenha este ano.

Luís Marques de Azevedo, consultor da Febraban na área de tecnologia, diz que esse investimento está possibilitando maior segurança nas operações, visando a tranqüilizar os clientes que temem fraudes. Alguns chegam a evitar operações eletrônicas temendo o uso de senhas. Essa montanha de dinheiro, também está permitindo aos bancos oferecer mobilidade aos clientes, que podem acessar suas contas em qualquer lugar, bastando um computador ou caixa eletrônico.

Por meio de banco pela internet, reforça Azevedo, hoje é possível pagar contas, realizar transferências e várias outras operações. O avanço da tecnologia também já permite transações por aparelhos celulares. "Na área de tecnologia, os equipamentos ficam obsoletos rapidamente e os bancos precisam responder a esse desafio", diz.

Do lado do banco, a vantagem do investimento é a redução dos custos fixos de agências, com a transferência de funções antes exclusivas de funcionários aos clientes, que em caixas eletrônicos e em seus computadores fazem cálculos, verificam saldos e efetuam seus pagamentos.

Azevedo observa que a liberação, pelo Banco Central (BC) do uso de correspondentes bancários, a exemplo das agências dos Correios pelo Bradesco e das lojas lotéricas pela Caixa Econômica Federal (CEF), também estimularam investimentos em TI. Outras instituições têm feitos acordos com o varejo, a exemplo do Itaú com o Grupo Pão de Açúcar.

Em 2004, o investimento em TI chegou a R$ 15,4 bilhões. Esses gastos, segundo Azevedo, são pagos pela cobrança de tarifas e pela redução de despesas possibilitada pela terceirização de atividades, como o desenvolvimento de softwares e pela redução do espaço físico de agências, por meio de caixas eletrônicos. Os dispositivos de segurança eletrônica estão incluídos nos gastos, mas o analista da Febraban acredita que essas despesas serão reduzidas. "A implantação do e-CPF, a senha digital de pessoas físicas, assim como a de pessoas jurídicas, o e-CGC, é que vai permitir o avanço de todas as operações eletrônicas", diz.

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