Ingressos mais caros para shows elevam inflação, aponta FGV

Ingressos mais caros para shows e espetáculos de teatro foram os principais responsáveis pela aceleração na taxa do Índice de Preços ao Consumidor semanal (IPC-S) – que subiu 0,34% na semana encerrada em 7 de maio, ante alta de 0,31% no índice de até 30 de abril. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. De acordo com ele, as acelerações de preços em shows (de 0,03% para 4,07%) e o fim da deflação nos preços de teatro (de -1,70% para 3,21%) levou ao fim da queda nos preços de recreação (de -0,31% para 0,55%).

O economista explicou que esse cenário no segmento de recreação puxou para cima os preços de Educação, Leitura e Recreação (de -0,01% para 0,17%) na passagem do IPC-S de até 30 de abril para o indicador de até 7 de maio. Embora a FGV tenha registrado acelerações de preços em cinco das sete classes de despesa usadas para cálculo do indicador, o grupo de Educação foi o que mais se destacou para a formação da taxa mais elevada do IPC-S anunciada hoje. "Realmente, é raro que itens de recreação tenham esse tipo de influência importante (no IPC-S). Mas acontece", afirmou.

Ele explicou que, no indicador anunciado hoje, de uma maneira geral, itens e grupos de peso na formação do cálculo do indicador registraram pouca variação de preços, em comparação com o apresentado no IPC-S anterior, de até 30 de abril. Por isso, produtos e serviços que normalmente não têm muito peso na formação do IPC-S, mas que registraram volatilidade expressiva em seu comportamento de preços, acabaram por se destacar no indicador anunciado nesta terça-feira (8).

Ainda de acordo com Braz, também contribuiu para a aceleração da taxa do índice a leve aceleração de preços no grupo Alimentação (de 0,01% para 0,06%) – embora essa influência tenha sido menor do que o impacto do grupo Educação, Leitura e Recreação no resultado do IPC-S de até 7 de maio.

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