Imprensa que não se explica

Depois de novo mandado de busca e apreensão, o jornalista e ex-deputado estadual Ricardo Chab foi preso por suposta posse ilegal de armas e munições. Segundo o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), o material foi encontrado na casa do comunicador. É a segunda vez que Chab é detido. A primeira foi por causa de gravações que indicaram uma possível tentativa de extorsão à empresa de segurança Centronic.

E não é a primeira vez que jornalistas ou pessoas ligadas à imprensa são envolvidos em histórias nebulosas. Ricardo Chab, homem de grande popularidade no rádio e na televisão, é apenas mais um que aparece nas manchetes não por seu trabalho, mas sofrendo duras acusações e vendo seu prestígio indo embora rapidamente.

São casos como estes que permitem que algumas pessoas digam que, no Paraná, se faz ?imprensa marrom?. Os casos rumorosos e as atitudes equivocadas criam, nos inimigos da liberdade, a sensação de que todos são iguais. Com certeza não são. A maioria dos que militam na imprensa paranaense são profissionais de alta qualidade, que não se pervertem seduzidos por dinheiro ou poder acima do já presente no trabalho jornalístico.

O problema está na presença de pessoas que não pensam na informação como elemento principal de seu trabalho. Lidam com a notícia como se ela fosse massa de modelar mudam-na ao sabor dos ventos. Se determinado político, ou líder empresarial, ou autoridade policial, ou dirigente esportivo pressiona, certos ?profissionais? abrem mão de seus escrúpulos e negligenciam sua consciência. Pior: fazem isso como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Ao fazer isso, mancham seus próprios currículos mas tal situação parece não afetá-los, pois não é com credibilidade que escrevem suas histórias. Mas também maculam a imagem da imprensa, que acaba sendo afetada pelos desvios de conduta de algumas poucas pessoas. Abrem caminho para rompantes ditatoriais dos poderosos, que desejam tudo, menos um jornalismo sério, investigativo e competente.

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