Horror econômico

Num espaço de 45 anos, de 1961 a 2006, o Brasil bateu todos os recordes de inflação, mesmo se a aferição tivesse sido feita em toda a galáxia. Temos um quesito a mais, além do samba e do futebol, no qual não há rival na Terra à altura de pelear conosco.

A taxa acumulada no período foi de 14.210.480.006.034.800% -mais de 14 quatrilhões – uma expressão numérica jamais testemunhada anteriormente, qualquer que tenha sido o valor a estipular, por brasileiros menores ou maiores de cem anos!

Em segundo lugar nesse estupidificante rol aparece a Argentina, assim mesmo humilhada pelo Brasil, porquanto seu percentual inflacionário não conseguiu ultrapassar a casa dos bilhões.

A última colocada no ranking é a Noruega, com exíguos 916% de inflação em 45 anos, amargo preço pago por uma sociedade perdulária que insiste num consumo de altíssima sofisticação na base do bacalhau – que lá é prata da casa -, do caviar Beluga e dos mais delicados vinhos e champanhes franceses, sedas e carros de luxo.

Em ordem decrescente estão Peru, Uruguai, Turquia, Chile, Indonésia, Israel, México, África do Sul, Espanha, Itália, Reino Unido e a zona do euro. Publicado com exclusividade pela Folha de S. Paulo na edição de quinta-feira, o trabalho foi realizado pelo Bradesco.

Aí está, sem a menor contestação, o que se pode chamar de horror econômico.

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