Gripe aviária pode causar conseqüências dramáticas ao país

Brasília ? O vice-presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes, disse que o setor está preocupado com a repercussão na economia se a gripe aviária chegar ao país. Segundo ele, as conseqüências serão "dramáticas" para o país, segundo maior produtor mundial e maior exportador de carne de aves.

A previsão para este ano, segundo Mendes, é que sejam exportados 3 milhões de toneladas de carne de aves. "Na eventualidade da entrada da doença, o país deixa de exportar imediatamente. Os 3 milhões de toneladas teriam que ser jogados no mercado interno e isso realmente provocaria queda no preço e quebra de empresas pequenas e médias", avaliou o representante do setor.

Hoje, os principais produtores e exportadores de frango se reuniram com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. O objetivo do encontro foi acelerar as ações para evitar a entrada da gripe aviária no país.

A preocupação cresceu por causa do novo surto identificado no sudeste da Ásia, que começa a se espalhar por outros países, como Rússia e Grécia. A Colômbia também enfrenta um surto de uma versão menos agressiva do vírus que provoca a gripe aviária. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), já foi confirmada a transmissão da doença para 36 pessoas.

Segundo Ariel Mendes, as medidas de prevenção tem sido discutidas desde o surgimento de um surto no Chile, em 2002. "Nesses três anos, tudo que o setor pediu para ao Ministério da Agricultura foi feito", comentou Mendes. "Agora é apenas questão de, como a situação está um pouco mais complicada com o problema na Ásia, com o surto na Colômbia, acelerar ou incrementar essas medidas que já vinham sendo adotadas."

Após o encontro, Roberto Rodrigues afirmou que o setor privado demonstra disposição em destinar recursos para fortalecer o sistema de controle de doenças. As verbas, segundo o ministro, seriam para a área de treinamento de profissionais que atuam na defesa sanitária e até mesmo para os laboratórios de análise e identificação da doença.

Na reunião, foi acertada a criação de um grupo composto por representantes dos empresários e do governo para atuar conjuntamente. "Dentro desse grupo em que se definirão as ações conjuntas também pode ser definida a alocação de recursos privados na defesa sanitária", afirmou Rodrigues.

O ministro destacou que continua negociando com a área econômica do governo a liberação dos R$ 78 milhões do orçamento original para defesa sanitári, então contingenciado. "Dentro dos R$ 78 milhões que virão para o Ministério da Agricultura estão os recursos suficientes para a questão da gripe aviária também", garantiu.

Rodrigues acrescentou que deve apresentar ainda esta semana uma proposta de orçamento adicional para dois laboratórios de referência, um para febre aftosa em Pedro Leopoldo (MG) e outro especializado na gripe aviária em Campinas (SP). O assunto foi discutido ontem à noite com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

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