Governador homenageia oficial da PM assassinado por quadrilha

O governador Roberto Requião homenageou o major Pedro Plocharski, assassinado em janeiro deste ano, e o promoveu a tenente-coronel, na manhã desta segunda-feira (20). Durante a cerimônia, marcada pela emoção, o governador descerrou uma placa em homenagem ao oficial no quartel do Comando Geral da Polícia Militar. Também, o 13.º Batalhão da PM, do qual o major era subcomandante, passa, a partir de agora, a se chamar Batalhão Pedro Plocharski.

Requião ressaltou, durante a homenagem, a coragem e a resistência de Plocharski. ?O assassinato do tenente-coronel foi uma das mais violentas agressões sofridas pela corporação ao longo dos seus 150 anos. Ele morreu porque foi corajoso e determinado. A Polícia Militar sofreu uma divisão, a corporação será lembrada como antes e depois da passagem de Pedro Plocharski?, disse o governador.

O governador ressaltou que a execução de Plocharski, em plena via pública, ainda à luz do dia, ?demonstrou a ousadia dos bandidos, a arrogância, a prepotência, a quase certeza da impunidade?. ?Eles queriam ainda mandar um aviso, intimidar, calar e ameaçar qualquer um que ousasse interpor-se no caminho da quadrilha?, completou. ?E aquela farda traspassada por tantos tiros não era apenas a farda do Major Plocharski. Era a farda de toda a Policia Militar do Paraná que recebia as balas assassinas. O sangue que manchou aquela farda era o sangue sacrifical da nossa Policia Militar, imolada no cumprimento do seu dever. Éramos todos nós que recebíamos o impacto daquele atentado. Porque a nossa decisão de formar e consolidar uma polícia íntegra, dedicada e a serviço do nosso povo, estava sendo desafiada à bala?.

A cerimônia foi realizada no ginásio de esportes do quartel da Polícia Militar, em Curitiba, com a presença da mulher e dos filhos do agora tenente-coronel, do secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, do comandante-geral da PM, David Antônio Pancotti, e de secretários de Estado e outras autoridades participaram da solenidade. ?Senhora Plocharski, meninas e menino Plocharski, eu sei quanto terrível é a dor de vocês. Eu sei quanto a violência do assassinato do Major abateu sobre as suas vidas. E mais uma vez manifesto aqui a minha solidariedade pessoal, a solidariedade do Governo do Paraná, dos paranaenses e de toda a Policia Militar. Se nada repõe, se nada substitui a ausência do esposo e do pai, tenham a certeza do quanto nos honra homenageá-lo, lembrá-lo?, disse o governador.

?Para perenizar essa homenagem, para que nunca os paranaenses e a Policia Militar esqueçam quem foi o Coronel Plocharski, para que seu exemplo inspire os soldados e oficiais de hoje e de amanhã, vamos perpetuar a sua lembrança com um busto, em bronze, que será instalado aqui no Quartel General?, completou.

Limpeza

Segundo Requião, o papel da polícia foi cumprido durante as investigações que culminaram na Operação Tentáculos. Durante o trabalho policial, foi descoberto o envolvimento de policiais militares do 13.º BPM no assassinato de Plocharski e em uma quadrilha com ramificações em assaltos e tráfico de drogas. ?Os bandidos já estão na cadeia, cabe agora ao Judiciário cumprir seu papel de forma severa?, afirmou o governador.

O secretário da Segurança Pública reafirmou que a corrupção policial continuará sendo combatida. ?Esta é nossa bandeira. A Operação Tentáculos foi realizada em homenagem ao tenente-coronel e aos bons policiais da corporação. O nosso trabalho vai continuar e, a partir de agora, vamos cercar todos os caminhos para que atos covardes como este não aconteçam novamente?, declarou o secretário. Delazari, lembrou que Plocharski morreu por lutar pela boa conduta e honestidade. ?Ele sabia o valor de sua farda. Isto deve servir de exemplo para toda corporação?, finalizou.

A esposa do tenente-coronel, Rita Plocharski, emocionada, agradeceu pelo esforço dispensado para solucionar a morte de seu marido. ?Serei eternamente grata pela união de forças que foi dispensada para elucidar o assassinato de meu marido. Eu já conhecia o homem que tinha em minha casa, mas hoje a Nação passou a conhecê-lo. Meu marido foi traído por seus colegas de trabalho por ser um homem digno, honesto e, acima de tudo, por amar o seu trabalho?, disse Rita.

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