Gabeira defende posição do Paraná contra os transgênicos

O deputado federal Fernando Gabeira parabenizou o governador Roberto Requião pela posição assumida no Paraná em relação a proibição do plantio, comercialização e industrialização de soja transgênica no Estado. Segundo Gabeira, “o Paraná sai na frente com esta decisão e se projeta como uma das áreas livres de contaminação no país. É um exemplo e uma grande contribuição ao Brasil”.

Gabeira também vê a contaminação das áreas orgânicas como o grande problema da liberação da transgenia. “As áreas livres de contaminação são o grande trunfo econômico que o Brasil deveria dispor e apostar. O Paraná, ao se colocar contra os transgênicos, vai ocupar esse espaço no mercado internacional”, salientou.

Segundo o governador Roberto Requião, a proibição da soja transgênica no Paraná visa proteger o mercado produtor, já que a soja não-transgênica é universalmente aceita em todos os mercados. Outro argumento exposto por Requião foi o risco do surgimento de um monopólio no setor, já que a empresa americana Monsanto detém 90% das patentes transgênicas do mundo.

No Paraná, a Assembléia Legislativa aprovou no último dia 14, por 36 votos a 12, o substitutivo geral de lei que proíbe o plantio, a comercialização e a industrialização de soja transgênica no Paraná até 31 de dezembro de 2006. Além disso, também está proibida, durante o mesmo período, a exportação de soja transgênica produzida por outros Estados ou países pelos Portos de Paranaguá e Antonina.

Gabeira alerta ainda para outros tipos de perdas que a liberação dos transgênicos trarão para a população. “Perde-se segurança ao introduzir no meio ambiente algo novo que ainda pode ter repercussões. E perde-se em segurança alimentar, uma vez que mecanismos como esses nem sempre causam impactos nos primeiros anos de uso”.

O deputado federal lembrou que na “revolução verde”, os agrotóxicos eram feitos para defender os produtos agrícolas contra as suas ameaças naturais. “Hoje acontece o contrário. Os produtos agrícolas é que são adequados aos interesses das empresas produtoras de defensivos agrícolas”, garantiu.

Para ele, deveria haver uma punição mais severa para quem burlar a lei, citando um caso ocorrido no Canadá, quando ainda não havia uma definição com relação aos transgênicos naquele país. “Quem arriscou e usou produtos transgênicos teve prejuízo. Os produtores perderam 12 milhões de dólares e a multinacional que vendeu as sementes outros 24 milhões de dólares”, disse.

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