Furlan diz que recorde será palavra-chave em 2005

Janeiro de 2005 marcará o início de uma série de encontros de grande importância para o futuro das exportações do Brasil. Os itens mais importantes da agenda diplomática brasileira para os próximos meses são o fechamento de acordos do Mercosul, o combate a barreiras comerciais e ao protecionismo na Organização Mundial do Comércio e as negociações para o estabelecimento da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

As barreiras comerciais que precisam ser superadas e o trabalho para chegar a novos acordos não diminuem, entretanto, o otimismo brasileiro. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou em São Paulo, ao apresentar os números da balança comercial do ano passado, que "recorde será a palavra-chave para 2005". Ele estimou que neste ano o Brasil vai alcançar a cifra de US$ 108 bilhões em exportações.

Em 2004, o país exportou 32% a mais que em 2003 e bateu recorde histórico no mês de dezembro. As exportações fecharam o ano totalizando US$ 96,475 bilhões e as importações US$ 62,779 bilhões, com saldo comercial de US$ 33,696 bilhões.

A atuação brasileira nos foros mundiais continuará sendo um trabalho incansável para superar o protecionismo e as barreiras comerciais dos países mais ricos. Entre os dias 18 e 19 de janeiro e novamente no dia 25 o Brasil participará em Genebra, na Suíça, de reuniões extraordinárias do órgão de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio. No dia 29 de janeiro realiza-se em Davos, também na Suíça, o Forum Econômico Mundial 2005. Paralelamente ao encontro, vai ser realizada reunião empresarial com a participação de autoridades brasileiras e investidores estrangeiros.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner, da Argentina, se comprometeram nesta quinta-feira a fortalecer o Mercosul, ao trocarem cumprimentos de Ano Novo. A criação do Parlamento do Mercado Comum do Sul será a prioridade deste ano da Comissão Conjunta do Mercosul. Pelo acordo firmado no mês passado entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o Parlamento será criado até dezembro de 2005.

O Mercosul, no entanto, poderá encontrar embaraços nas negociações com a China, quando a presidência rotativa do bloco estiver com o Paraguai, uma vez que este país não mantém relações diplomáticas com Pequim. O objetivo da maioria no Mercosul é estabelecer acordos irrestritos para conquistar mercados pouco explorados ou afetados por protecionismos.

Na área da Alca, o governo americano já sinalizou que vai dar sequência este ano às negociações para estabelecimento do acordo. Os pleitos na OMC, os negócios do Mercosul e a Alca são os três grandes desafios de 2005 não apenas para o Brasil e para o Mercosul, mas para todos os países latino-americanos.

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