Freud nega denúncias e diz que Lula pediu explicação

O assessor especial da secretaria da Presidência da República, Freud Godoy, citado durante depoimento de Gedimar Passos, um dos presos pela tentativa de compra de um dossiê que envolveria o candidato a governador de São Paulo José Serra com a máfia dos sanguessugas, irá se apresentar nesta segunda-feira (18) espontaneamente à Polícia Federal, segundo entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo. Freud anunciou que se afastará do cargo até que as denúncias sejam apuradas, mas negou qualquer envolvimento com a compra dos documentos. Ele disse ter recebido hoje um telefonema do presidente Lula, que cobrou explicações sobre as denúncias.

"O presidente me ligou e disse que ficou preocupado com a questão de quebra de confiança e eu coloquei que se ´o problema do senhor de governar e de campanha for esse o senhor pode colocar a cabeça no travesseiro e dormir muito tranqüilo porque tenho como afirmar e como provar que eu não tenho nada a ver com isso´", conclui.

Freud disse que está disposto a abrir seu sigilo telefônico para facilitar as investigações. Durante depoimento à PF, Gedimar fez referência à pessoa do PT que lhe teria dado a missão de realizar o pagamento dos emissários de Vedoin em troca das informações. O mandante seria Froude ou Freud. Outro ponto que coincide com o depoimento de Gedimar é que a mulher de Freud tem mesmo uma empresa de segurança.

Durante a entrevista ao Jornal Hoje, Freud confirma que sua mulher tem mesmo uma empresa de segurança e que é funcionário da secretaria. "Isso tudo é verdade. Agora, que eu fiz esse tipo de negociata, de pegar dinheiro, ou mandar alguém fazer alguma coisa, eu quero ver como ele vai provar isso.

Freud trabalhou na equipe de segurança do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, ele é funcionário da secretaria particular da Presidência da República, como informa o site oficial do governo.

Segundo Freud, ele foi apresentado a Gedimar por Jorge Lorenzetti há um mês, no diretório nacional do PT, em Brasília. Ele cuidaria da segurança e da logística do Comitê de Campanha de Lula à reeleição.

Segundo depoimento de Freud, "ele (Gedimar) era funcionário direto registrado do diretório do PT, mas como foi contratado não faço a menor idéia". No segundo encontro, Gedimar e Freud decidiram como seria feita a varredura do telefone do comitê. A empresa da esposa de Freud foi contratada para o trabalho.

Eles se viram pela terceira vez durante execução do trabalho e, no último encontro, na presença de Jorge Lorenzotti, nem chegaram a conversar.

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