Ford prioriza ABC e descarta ampliar fábrica na Bahia

O presidente da Ford América do Sul, Dom DiMarco, disse nesta sexta-feira (01) que a montadora não estuda, no momento, a ampliação da fábrica de Camaçari, na Bahia, apesar da unidade trabalhar a plena capacidade. Segundo o executivo, o principal foco da empresa é elevar a utilização da unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que opera com menos de 50% da ocupação total, que é de 200 mil unidades por ano.

"Não temos planos no momento para expandir a planta de Camaçari, mas estamos sempre avaliando novas oportunidades de investimentos", disse. O executivo reiterou que a empresa programa investimentos de R$ 300 milhões para desenvolvimento de uma novo modelo no País e adequação da planta de São Bernardo, onde o novo veículo será produzido. A previsão é de que o novo automóvel seja lançado no mercado nacional em 2008.

Conforme o presidente da Ford, a unidade do ABC paulista trabalha hoje com um turno, mas deverá criar o segundo turno, com a produção do novo carro. De janeiro a outubro de 2006 a unidade produziu pouco mais de 60 mil unidades. DiMarco lembrou ainda que a empresa pode contar com a unidade a Argentina, que trabalha também com metade da capacidade, que é similar à de São Bernardo. Atualmente a Ford produz no país o Focus e a picape Ranger.

Questionado sobre por que investir em São Bernardo do Campo, justamente no momento em que algumas montadoras estão saindo da região, o executivo informou que pesa na decisão o fato da empresa já ter uma rede de fornecedores locais comprometidos em reduzir custos e elevar a qualidade de seus produtos. "Além disso tivemos apoio do Estado e da prefeitura de São Bernardo", afirma.

O executivo destacou ainda que a Ford conta atualmente com mais de mil engenheiros no centro de desenvolvimento em Camaçari (BA) trabalhando no desenvolvimento de novos produtos. "A Ford América do Sul mantém sua competência no desenvolvimento de carros compactos", disse. O executivo ressaltou que a unidade é eficiente e ajuda a elevar a competitividade da companhia como um todo.

DiMarco disse, no entanto, que novos investimentos, de uma maneira geral, dependem da estabilidade da economia e previsibilidade do mercado. "Fica muito difícil decidir investimentos em um ambiente de volatilidade", explica.

O presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos S. de Oliveira, destaca que o objetivo da empresa para o Brasil é crescer no longo prazo, de forma sustentável, e com rentabilidade, sem se preocupar só com volume ou market share. "Esse é um dos desafios que devo enfrentar daqui para a frente", afirma.

Voltar ao topo