FMI adverte países que mudam regras de petróleo e gás

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, criticou neste sábado (18) os governos que adotaram recentemente políticas nocivas aos investimentos de empresas estrangeiras do setor de petróleo e gás. Embora ele não tenha especificado quais os países a que se referia, fontes do Fundo afirmaram que a Bolívia é um dos casos mais óbvios. "Um aumento no foco da segurança energética levou alguns países a ficarem desconfiados com as companhias estrangeiras", disse Rato durante uma palestra na Reunião dos Ministros das Finanças e Governadores de Bancos Centrais do G-20. "Mas mudar as regras do jogo com muita freqüência pode acarretar custos no longo prazo.

Segundo Rato, "governos de países produtores que têm procurado obter ganhos de curto prazo pegando uma fatia maior dos faturamentos com o petróleo e gás deveriam levar isso em conta". A atitude desses países prejudica a "manutenção de um ambiente de negócios que estimule a competitividade e o investimento".

Preços

O chefe do Fundo disse que ao longo dos últimos anos o mundo tem convivido com preços elevados do petróleo sem sofrer sérios problemas macroeconômicos. Segundo Rato, há várias explicações para isso. "Ao contrário da alta nos anos 70, o atual fenômeno foi iniciado por pressões na demanda num cenário de forte atividade global", explicou. "Além disso, estruturas de política monetária mais críveis reduziram o impacto sobre a inflação".

Rato ressaltou que vários países elevaram seus investimentos no setor de produção de gás e petróleo nos últimos anos. "Entretanto, temos visto também algumas respostas aos preços altos que são mais questionáveis", disse. "Alguns países produtores estão permitindo grandes elevações em seus déficits não relacionados ao petróleo, uma situação que não deverá ser sustentável no longo prazo.

Segundo Rato, os governos deveriam remover barreiras para investimentos tanto na extração com na capacidade de refino para garantir a oferta futura de petróleo. "Isso deverá ajudar a atender às pressões de demanda que provavelmente serão sentidas nos próximos anos", disse.

Metais

Um estudo do Banco Mundial, também apresentado durante a reunião do G-20, prevê que os preços dos metais deverão declinar no futuro, após registrarem fortes altas nos últimos anos na esteira da forte demanda da China. "No futuro imediato o crescimento do consumo deverá continuar forte com a maioria dos analistas prevendo a continuidade da expansão econômica chinesa" disse o Banco Mundial. "Mas, ao mesmo tempo, os preços altos estão tendo algum impacto sobre a demanda, e a oferta vai reagir aos preços que estão substancialmente acima dos custos de produção dos metais.

Segundo o estudo, os preços dos metais deverão começar a cair em 2007 e deverão se estabilizar em níveis próximos a suas médias registradas entre 1990 e 2004. "Mas há uma série de riscos que poderiam prolongar o período de preços altos, como por exemplo um crescimento econômico mundial acima do previsto ou interrupções na produção e nos novos investimentos", disse o Banco Mundial. "Por outro lado, se o crescimento econômico for mais lento que o esperado, particularmente na China, a queda nos preços poderá ocorrer antes do esperado e ser muito mais aguda.

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