Florianópolis quer remover Fernandinho Beira-Mar

O governador em exercício de Santa Catarina, deputado Júlio Garcia (PFL), o prefeito em exercício de Florianópolis, vereador Marcílio Ávila (PSDB), e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Jorge Mussi, vão entregar na segunda-feira um documento ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pedindo que o traficante Fernandinho Beira-Mar seja removido de Florianópolis. O argumento básico é o de que, conforme a lei de execuções penais, o condenado deve cumprir pena no local onde foi julgado.

Se o documento não for suficiente, Mussi anunciou que será elaborada "uma ordem jurídica perante a Justiça Federal". Outra possibilidade que está sendo estudada é a interdição da carceragem. O vereador Ávila, para quem a medida seria extrema, diz que a lei do zoneamento urbano não permite esse tipo de construção naquela área.

De acordo com o delegado Paulo de Tarso, superintendente em exercício da Polícia Federal em Florianópolis, "existe muita especulação" em torno de eventuais conseqüências da permanência do traficante na carceragem do prédio da PF, vizinho da residência oficial do governador. "As pessoas ficam achando que ele será resgatado, que irá fugir e dar tiros de metralhadora em todo mundo ou que irá afundar a ilha. Isso não vai acontecer", afirmou o delegado.

Beira-Mar foi transferido para Florianópolis na sexta-feira da semana passada, em uma operação sigilosa que surpreendeu as autoridades catarinenses. O governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que iniciou hoje uma viagem de 11 dias pela Europa e China, enviou na segunda-feira um ofício ao Palácio do Planalto e ao Ministério da Justiça protestando contra o que considerou um desrespeito a remoção de "um criminoso de alta periculosidade" para a capital do Estado sem que as autoridades catarinenses fossem avisadas. No final de agosto, diante dos rumores de que a transferência seria feita, ela já tinha avisado ao governo federal que era contra a vinda do traficante.

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