Florianópolis contabiliza os estragos causados pelo ciclone

Florianópolis (AE) – O sol voltou a brilhar na tarde desta quarta-feira (10) na região da Grande Florianópolis, a mais atingida pelo ciclone extratropical de ontem (9). O fenômeno foi resultado da combinação de uma intensa massa de ar frio que trouxe chuvas fortes e ventos que podem ter ultrapassado 100 km por hora. Foi a maior ressaca registrada nos quatro últimos anos, com ondas de mais de sete metros a 30 quilômetros da costa.

Hoje (10) de manhã, o prefeito da capital, Dário Berger (PSDB), constituiu uma força-tarefa dividida em quatro equipes para restabelecer a normalidade na cidade. "Graça a Deus, ninguém morreu", disse ele, que havia ficado impressionado com a força da tormenta.

Na Grande Florianópolis, a área mais atingida, cinco cidades ficaram sem energia elétrica, várias casas foram destelhadas, árvores caíram e houve deslizamentos de terra. Os ventos fortes arrancaram as telhas de 30 escolas de Florianópolis e de parte do aeroporto Hercílio Luz. Um avião Fokker de 44 toneladas, com as rodas travadas, foi arrastado alguns metros pelo vento no aeroporto. Os passageiros e a tripulação tinham desembarcado minutos antes.

O vento ainda danificou 26 barcos de pesca do sul da ilha. Na favela do Siri, da praia de Ingleses, no norte da ilha, as dunas de areia foram deslocadas, o que contribuiu para o desabamento de dois barracos. A areia também soterrou parcialmente a avenida das Rendeiras, na Lagoa da Conceição. A energia elétrica foi interrompida em 35% da cidade, devido a árvores que caíram sobre a rede. Os reparos devem prosseguir até a manhã de amanhã (11).

Em Balneário Camboriú, onde foram registradas ondas de cerca de dois metros perto da praia, o mar avançou em alguns trechos da Avenida Atlântica. A situação também foi crítica em Bombinhas, onde seis embarcações artesanais bateram na praia ou vieram a pique onde estavam ancoradas. Em Itajaí, no Bairro Espinheiros, uma casa desabou e a equipe de socorro teve trabalho para evitar que o mesmo ocorresse com uma casa vizinha. De acordo com o secretário de Aquicultura e Pesca de Bombinhas, Rosenildo Kenko de Melo, três barcos bateram na praia e outros três afundaram na bóia onde estavam ancorados.

No sul do Estado, vários alagamentos foram registrados na bacia do Rio Araranguá. Na região, os seis pescadores que estavam desaparecidos desde o início da tarde de ontem (9) em Imbituba, a 95 quilômetros ao sul de Florianópolis, foram resgatados pelo navio pesqueiro Primavera VI, de Itajaí, por volta das 21 horas. O grupo havia saído em uma pequena embarcação, apesar dos alertas sobre o mau tempo.

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